Para as empresas, ter colaboradoras e colaboradores protagonistas, contribui para a criação de ambientes de trabalho inclusivos e seguros, impactando diretamente na inovação, melhora da produtividade e resultados financeiros da organização. Anote: pessoas felizes “vendem” mais!

Já do lado das pessoas, a autoexpressão – consciente e guiada por uma liderança ativa e segura – resulta em se sentirem valorizadas, com maior satisfação no trabalho, maior influência e melhores oportunidades de desenvolvimento. Engajamento e comprometimento certos!

O que é “employee voice”?

O employee voice serve como um canal integrador. Além de reforçar as culturas organizacionais e as relações interpessoais, ele tem o objetivo de dar voz ao colaborador, abrindo canais de comunicação por onde a cultura do ouvir é isenta de julgamento, expressando livremente ideias e opiniões.

“Acredito que a pandemia nos trouxe uma diversidade enorme de produção de sentidos para o ambiente de trabalho que está posto, seja ele híbrido, remoto ou presencial. Ou seja, cada nível de colaborador, dentro de cada organização, passou a viver novas relações entre seus pares e novos desafios no tocante a questões de engajamento, clima e transformação cultural. Costumo dizer que uma comunicação mais aberta, inspiracional, verdadeiramente humanizada, começa por compreender de fato todas essas nuances, através de muita escuta ativa e diagnósticos que tragam as pessoas para o centro das decisões comunicacionais estratégicas”, opina Adriano Zanni, Diretor de Engajamento e Comunicação com empregados do Grupo Trama Reputale.

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Adriano Zanni, Diretor de Engajamento e Comunicação com Empregados do Grupo Trama Reputale

Por que a Comunicação Interna deve dar voz aos colaboradores?

No momento pós-pandemia, lideranças e profissionais têm sentido o impacto da falta de comunicação entre os colaboradores e os times, além do esgarçamento do convívio no ambiente de trabalho, daquela troca após o expediente.

Por conta disso, se observa, cada vez mais, a necessidade de pensar em estratégias comunicacionais que aproximem os colaboradores e áreas, fazendo com que se sintam parte de algo maior, estimulando a troca a gestão do conhecimento. Isso sem falar na tão imprescindível criação de vínculos afetivos e emocionais entre pares e com a marca empregadora.

“O brasileiro é relacional por natureza e, portanto, espera um ambiente de trabalho que ofereça essa simbiose entre “casa” e “rua”, terminologia usada pelo antropólogo e historiador brasileiro Roberto da Matta em uma de suas mais célebres obras”, comenta Zanni.

“Quando um colaborador deixa de ser mero espectador e passa a fazer parte do todo, da tomada de decisões, em um ambiente seguro e de acolhimento para isso, ele se sente mais motivado e comprometido. Ouvir continuamente e de verdade, faz toda a diferença. A melhoria se torna outra, trazendo atalhos para novas ideias, troca de experiências, eficiência de processos, menor taxa de erros e aumento de performance do negócio. Todo mundo sai ganhando”, explica Grazi Piva, Diretora de RH do EDC Group, cliente do Grupo Trama Reputale do núcleo de Relações Públicas.

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Grazi Piva, Diretora de RH do EDC Group.

Como trabalhar esse projeto aí na sua empresa

O primeiro passo é construir um ambiente com segurança psicológica, tirando a cultura do (pré)julgamento. Isso pode ser executado por meio de pesquisas internas, diagnósticos de CI, redes sociais corporativas, fóruns digitais, aplicativos de mensagem, plataformas colaborativas, feedbacks, e-mails, entre outros.

“Para que isso funcione de verdade, o caminho recomendado é começar com pequenas ações, como canais de comunicação/acolhimento (formais ou informais), realmente isentos de julgamento, com a preparação dos líderes, educando-os para a cultura do ouvir, deixando seus liderados seguros e livres para expressar suas ideias e opiniões.”, comenta Grazi.

Tudo isso nos leva a uma equação muito interessante: o ambiente de trabalho, que está mais valorizado do que nunca, torna-se mais leve e a exposição de ideias passa a ser produtiva (com contribuições bem-sucedidas), integrada (contando com a participação de todas as áreas), impactando positivamente toda uma cadeia.

Outro ponto importante, levantado por Adriano Zanni, é que o espaço de comunicação corporativa não pode ter tabus.

“Todo assunto é passível de diálogo, de coconstrução e de entendimento pelas pessoas, pelas lideranças. O que precisamos fazer é alinhar a narrativa organizacional ao propósito de cada canal de comunicação mais amplamente, tratando tudo com transparência e integridade”, diz o consultor.

RODAS DE EMPATIA: UM CASE PRA CHAMAR DE SEU!

Com base em tudo o que falamos até aqui, algumas empresas têm dado um passo além. Com a ajuda de especialistas em Comunicação Interna, o que tem entrado em jogo é o poder renovador e construtivo da conexão humana.

De forma leve, informal e sem pressões, comunicólogos e psicólogos têm unido forças para ajudar empregados de empresas a atravessarem alguns dilemas da vida, de forma mais branda. Não se trata de mágica, nem de uma receita infalível. O cerne é utilizar a vulnerabilidade de cada pessoa, não como sinal de fraqueza, mas como ponto de intersecção entre cada indivíduo.

O Grupo Trama Reputale desenvolveu e vem aplicando em diferentes clientes, um projeto nesses moldes. São as chamadas “Rodas de Empatia”, com formato e temas adaptados à realidade de cada empresa.

RODA DE EMPATIA NA SOLENIS

Na Solenis, indústria global que fornece soluções químicas ao mercado de fabricação de papel, e nosso cliente do Núcleo de Comunicação Interna, não somente o Brasil, mas as unidades localizadas no México e na Colômbia tem se beneficiado.

As reuniões quinzenais têm sido realizadas de modo que os colaboradores das fábricas – que na, pandemia, mantiveram a realização de suas atividades profissionais nas dependências da empresa –  também possam participar.

Durante a realização dos eventos, computadores são dispostos de modo que todos possam ouvir e se manifestar. Para que isso fosse possível, um planejamento cuidadoso, que engloba desde os protocolos de distanciamento até a dinâmica que define o momento de cada pessoa ser ouvida, foi estruturado.

Tauanne Alves, head de RH da Solenis para a América Latina, explica que a iniciativa representa uma oportunidade para que o projeto tem o objetivo de trazer à tona diálogos guiados pelas próprias vivências, experiências e conhecimentos de participantes.

“Diferentes assuntos são abordados num espaço de confiança e confidencialidade, onde todos têm igualdade de acesso à voz”, destaca. O primeiro dos temas foi o medo, um sentimento universal, por meio do qual a identificação pudesse ser imediata.

“vivemos uma era em que precisamos ouvir mais as pessoas. Falamos muito, mas falta o espaço de escuta. Se a pessoa tem espaço para falar que sente medo, encontra abertura para dizer ‘não sei’, ‘eu errei’, e isso incentiva um ambiente de diálogo, com mais engajamento e bem-estar também no trabalho”, destaca Tauanne.

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Tauanne Alves, head de RH da Solenis para a América Latina.

Bônus 😉 Mais cases pra inspirar você!

Confira outros projetos realizados por diferentes empresas, de diversos setores da economia que, mais do que te inspirar, vão comprovar que é possível colocar em prática uma gestão mais humanizada, sem que isso tire o foco do negócio (muito pelo contrário!).

Kordsa Brasil

A Kordsa Brasil, fabricantes de fibras e filamentos, ganhou em 2019, o título de “Melhor Empresa para Trabalhar” do Guia Você S/A. Esse título veio após a construção de um processo de fala, escuta ativa e feedback de funcionários, apostando em uma liderança mais humanizada. Confira nesse link.

Bridgestone

A empresa elevou o nível de engajamento de 47% para 73%. O resultado veio após a criação de um Comitê de Clima Organizacional, com encontros e reuniões mensais pautadas em qualidade de vida. Além do alto nível de engajamento, houve uma economia de mais de R$ 500 mil com gastos pelos funcionários relativos ao uso dos planos de saúde. Acesse o case.

E não para por aqui…

Virgin Media’s employee voice structure.

Blue Shirt Nation, a rede social exclusiva dos funcionários da Best Buy.

Coffee Break e MegaDemo: como são os encontros de toda equipe da Nubank.