Compartilhar nossa humanidade e nossas vulnerabilidades é algo benéfico tanto para a saúde mental quanto para os negócios. Como seres humanos e personagens sociais, somos todos resultantes dos genes herdados por nossos antepassados, mas também o reflexo das interações que estabelecemos ao longo da vida, seja ela pessoal ou profissional.

Atualmente, a experiência do colaborador é uma métrica significativa de sucesso para as empresas hoje. O relatório Future of Talent 2021, realizado pelo do LinkedIn, revela um pouco desse cenário.

Bem-Estar como Ativo Estratégico

Por estratégia, os mercados da Ásia e da Oceania foram escolhidos como alvo do estudo inaugural. Mais de 3.500 profissionais foram entrevistados em sete países diferentes. E foi detectado que o mercado de trabalho realmente mudou.

Entre as diferentes descobertas reveladoras de um mundo do trabalho mais voltado à hibridização e a uma escalada do nível de importância das equipes de RH, o que nos interessa aqui é destacar como as empresas tem buscado superar um infeliz efeito colateral da pandemia: o alto desgaste de suas pessoas.

Para 35% das empresas participantes do estudo, o maior desgaste dos empregados vem acontecendo em razão do impacto da COVID-19 em suas vidas e nas de seus familiares.

E isso tem se mostrado por meio de afastamentos e pedidos de demissão. Para superar isso, as empresas estão finalmente entendendo a importância de se compartilhar valores como base da marca empregadora e apostando no engajamento de suas pessoas. É aí que entra a empatia.

86% das empresas ouvidas vêm construindo fortes traços de employers branding baseados na empatia, para atrair, reter e acolher seus talentos. Na América não é diferente.

Acolher e trazer as pessoas para perto

No  relatório Tendências globais de Talentos 2020-2021”, gerado pela consultoria de gerenciamento Mercer, quatro tendências apontadas em 2020 para o mundo do trabalho foram revisitadas em 2021, durante a pandemia.

É interessante observar que, de uma ano para o outro, o pilar “Energizar a experiência”, focado no redesenho da experiência de trabalho, voltou-se fortemente em direção à tendência de criação de um novo molde do pacote de benefícios.

Para 88% das empresas consultadas no estudo, os planos dedicados ao bem-estar dos colaboradores precisam ser revistos para englobar não apenas as expectativas das companhias como também as necessidades das pessoas em meio ao dito “novo normal”.

Metade das empresas na América Latina estão buscando proteger o bem-estar dos empregados, implantando iniciativas inovadoras e alinhadas a um novo tipo de proposta de valor, mais alinhada às necessidades humanas dos profissionais e adaptada mais facilmente a mudanças. Ainda nessa mesma linha de raciocínio, é válido extrair também o fato de que 68% das respostas ao estudo evidenciaram a força da segmentação: identificar particularidades  individuais na força de trabalho e oferecer formas de acolhê-las. Tudo começa por acolher e trazer as pessoas para perto.

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“Nós acreditamos na cultura de bem-estar como pilar para uma vida mais plena e produtiva. Temos muitos depoimentos de colaboradores que mudaram hábitos, e que relatam que as aulas de yoga e meditação ajudam a aumentar a concentração e foco, auxiliando, inclusive, em tomadas de decisões durante a jornada”, explica Renata Boschetto, coordenadora de Desenvolvimento Humano e Organizacional da Softplan, empresa do ramo de desenvolvimento de software de Florianópolis, em Santa Catarina.

“olhar para o bem-estar dos colaboradores se tornou um instrumento estratégico para as organizações. Ao perceber que a empresa lhes destina uma atenção especial, os empregados se sentem mais acolhidos e cuidados. Enxergam na cultura empresarial uma extensão de seus valores pessoais, o que pode refletir na produtividade e em menos desgaste”, completa a executiva.

A Softplan, apostou em três pilares ao criar o seu programa: físico, mental e emocional. Há um time interdisciplinar interno que se dedica ao planejamento de ações, preferencialmente com a expertise da operadora de saúde parceira.

“Têm se demonstrado eficazes iniciativas que incentivem à alimentação saudável, como o Dia da Fruta, práticas físicas como yoga e meditação, sessões de massagens, acolhimento psicológico e atendimento ambulatorial”, conclui Renata.

Rodas de Empatia: um passo adiante na Gestão mais Humanizada

A pandemia tem nos ensinado muito sobre o acolhimento a si e ao outro. Com base nessa ideia simples e valiosa, algumas empresas têm dado um passo além no sentido de oferecer programas que permitam mais do que aulas ou aplicativos.

Com a ajuda de especialistas em Comunicação Interna, o que tem entrado em jogo é o poder renovador e construtivo da conexão humana. De forma leve, informal e sem pressões, comunicólogos e psicólogos têm unido forças para ajudar empregados de empresas a atravessarem alguns dilemas da vida, de forma mais branda.

Não se trata de mágica, nem de uma receita infalível. O cerne é utilizar a vulnerabilidade de cada pessoa, não como sinal de fraqueza, mas como ponto de intersecção entre cada indivíduo.

O grupo Trama Reputale desenvolveu e vem aplicando em diferentes clientes, um projeto nesses moldes. São as chamadas “Rodas de Empatia”, com formato e temas adaptados à realidade de cada empresa.

Roda de Empatia na Solenis

Na Solenis, indústria global que fornece soluções químicas ao mercado de fabricação de papel, e nosso cliente do Núcleo de Comunicação Interna, não somente o Brasil, mas as unidades localizadas no México e na Colômbia tem se beneficiado.

As reuniões quinzenais têm sido realizadas de modo que os colaboradores das fábricas – que na, pandemia, mantiveram a realização de suas atividades profissionais nas dependências da empresa –  também possam participar.

Durante a realização dos eventos, computadores são dispostos de modo que todos possam ouvir e se manifestar. Para que isso fosse possível, um planejamento cuidadoso, que engloba desde os protocolos de distanciamento até a dinâmica que define o momento de cada pessoa ser ouvida, foi estruturado.

Tauanne Alves, head de RH da Solenis para a América Latina, explica que a iniciativa representa uma oportunidade para que o projeto tem o objetivo de trazer à tona diálogos guiados pelas próprias vivências, experiências e conhecimentos de participantes.

“Diferentes assuntos são abordados num espaço de confiança e confidencialidade, onde todos têm igualdade de acesso à voz”, destaca. O primeiro dos temas foi o medo, um sentimento universal, por meio do qual a identificação pudesse ser imediata.

“Vivemos uma era em que precisamos ouvir mais as pessoas. Falamos muito, mas falta o espaço de escuta. Se a pessoa tem espaço para falar que sente medo, encontra abertura para dizer ‘não sei’, ‘eu errei’, e isso incentiva um ambiente de diálogo, com mais engajamento e bem-estar também no trabalho”, destaca Tauanne.

Vencer com Empatia

“Vencer com empatia” é a sentença que dá início ao relatório da Mercer, já citado aqui. Essa parece ser uma máxima que sintetiza com exatidão o desafio que as equipes de RH e Comunicação Interna vivem atualmente.

Segundo Antonio Salvador, líder de carreira da Mercer Brasil, “a gestão com empatia é essencial para a transformação organizacional, mais muitos ainda não a consideram como habilidade crítica para a resiliência e a sustentabilidade futura”.

Para reverter esse quadro, co-construir com as empresas ambientes genuinamente mais abertos às trocas e testemunhar os benefícios pessoais e estratégicos que se pode colher nesse trajeto, o grupo Trama Reputale convida a todos para uma boa e frutífera roda de empatia 😉