Afinal, lideranças treinam muito sobre oratória e expressividade, mas algumas esquecem que tudo começa na escuta ativa, que sempre foi um desafio, aliás, mas que em 2022 se intensificou ainda mais enquanto necessidade de conduzir equipes.

O engajamento de funcionários se dá quando os colaboradores criam vínculos profissionais e pessoais com a organização, ou aquela marca empregadora. O profissional engajado, de fato, “veste a camisa” e se une ao grupo, assumindo o compromisso de lutar pelos objetivos de negócios, pelo crescimento do business e, até mesmo, pelo desenvolvimento de áreas e colegas, propondo novas ideias, melhorando o feedback.

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como fazer isso num momento de constantes transformações no mundo do trabalho?

Esta não é uma tarefa fácil. É possível alcançá-la quando a empresa concentra seus esforços para conhecer a fundo os próprios colaboradores e definir as estratégias baseadas também nestas percepções e sentimentos que rondam o chamado EVP.

Sim, porque o EVP não é apenas sobre remuneração, benefícios, programas de saúde, universidade corporativa, diversidade e inclusão, entre outros. Ele passa por uma troca de valores entre empresa e seus colaboradores, já que de ambos os lados existem expectativas, sonhos e por aí vai.

A Escuta Ativa para Engajar

Ouvir os colaboradores é o primeiro passo para implementar ações de engajamento efetivas. Saber o que os colaboradores almejam, quais suas necessidades de vida e o que gostariam que mudassem dentro da empresa e fora dela, no mundo, ajuda a mapear possíveis riscos de perdê-lo, ou seja, diminuir turnover e absenteísmo.

“A questão é que muitas organizações apenas dedicam-se a ouvir seus funcionários durante a aplicação de pesquisas de clima e cultura, GPTW, reuniões formais de feedback ou avaliação de desempenho. Elas se esquecem que isso é necessidade contínua”, avalia Adriano Zanni, diretor de engajamento e comunicação com empregados do Grupo Trama Reputale.

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Adriano Zanni, Diretor de Engajamento e Comunicação com Empregados do Grupo Trama Reputale

“Quanto mais escutamos, rotineiramente, com critérios, mais temos dados e insumos em mãos. Assim, os gestores conseguem corrigir rotas, levando as equipes para um formato de trabalho mais fluído e descomplicado”, completa.

É aí que entra a Pesquisa Pulse

O que é uma Pesquisa Pulse? Também conhecida como pesquisa de engajamento, pode ser interpretada como um “check-up” do vínculo de seu público interno com um determinado conceito, pilar de cultura, comportamento ou atitudinal sobre o qual a Comunicação Corporativa tem trabalhado exaustivamente.

Importante: ela não é uma pesquisa de clima ou avaliação. Trata-se de uma avaliação que conta com aproximadamente 5 ou 6 perguntas apenas e, exatamente por ser curta, permite ser periodicamente aplicada, auxiliando gestores na tomada de decisões para direcionar a equipe.

Medições Rápidas e Frequentes

Essa prática tem se tornado uma tendência dentro das organizações dos mais variados portes e segmentos, referindo-se a medições rápidas e frequentes relacionadas ao ambiente organizacional, tais como saúde e bem-estar, desenvolvimento de carreira, diversidade & inclusão, relacionamento com o líder, comunicação de mão dupla, entre outros.

“A pesquisa pulse visa olhar para o presente, para os problemas do hoje. A partir do resultado dela, é necessário analisar ponto a ponto e avaliar quais as possibilidades da empresa em implementar as ações que atendam as demandas mais recorrentes. Essas verificações constantes fazem toda a diferença para ter o desenho de um cenário completo e identificar a elevação ou queda do engajamento”, defende Zanni.

Benefícios que não se esgotam

Há um grande leque de oportunidades e possibilidades que são descobertas continuamente a partir do desdobramento dos dados coletados e aprofundamento dos feedbacks recebidos.

E uma coisa é certa: a pesquisa pulse encoraja a mudança de mindset. É uma tendência para as empresas que querem fazer a diferença na adaptação do novo momento, fortalecendo a cultura organizacional.

Se aplicada com olhar integrado, levando-se em consideração as estratégias de PR, social media e aquilo que a organização está comunicando para seus públicos externos, podem trazer, até mesmo, novos atitudinais em Vendas, em relacionamento com comunidades, formadores de opinião e influencers. 

“A pesquisa é premissa básica para qualquer projeto que abraçamos. As decisões, hoje em dia, devem, mais do que nunca, ser muito bem pensadas, pois não se pode correr o risco de tomá-las de forma leviana o suficiente para tornar a organização vulnerável. Assim, dispor de informação confiável, segura e de boa qualidade como as geradas através de pesquisa pulse, possibilita aos profissionais de comunicação um planejamento mais racional e bem estruturado, aumentando a assertividade das ações”, comenta Adriano Zanni, Diretor de Comunicação Interna do Grupo Trama Reputale.

Para Adriano, mais do que definir canais e ferramentas de comunicação interna, acreditamos ser fundamental conhecer a fundo os públicos de nossos clientes.

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O digital acelera o processo

Nos últimos anos, a pesquisa digital chegou para transformar o segmento e oferecer soluções bem mais acessíveis, sob medida e, principalmente, em um tempo recorde de execução.

Outra tendência são as plataformas automatizadas, onde com apenas um clique, e de acordo com a demanda, é possível selecionar um questionário pronto, dispará-lo para a base e acompanhar, em tempo real, a coleta das respostas. Uma vez concluída a pesquisa, temos em mãos as respostas e insights necessários para traçar e fundamentar a estratégia do cliente com segurança.

“Todo comunicador estratégico hoje, precisa lembrar que, algumas vezes, a essência do que precisamos levar ao colaborador está nas franjas, nas periferias da matriz comunicacional. Olhar para os pontos fora da curva também faz cada vez mais sentido. Em empresas do segmento farmacêutico que atendemos, em que a heterogeneidade de públicos internos é muito grande (operação, back-office, força de vendas, logística) é um tipo de escuta que funciona muito bem, além de permitir a segmentação comunicacional e evitar o oversharing”, finaliza Zanni.