Desbravando fronteiras, conectando ideias, transformando negócios. A era da IA na comunicação corporativa traz inovação, desafios e infinitas possibilidades. Descubra as reflexões que moldam um mundo em constante revolução.

A inteligência artificial (IA) tem se mostrado uma ferramenta poderosa que está transformando diversos setores da sociedade, incluindo a comunicação, a reputação e o marketing das empresas. As tecnologias de IA generativa, como o ChatGPT, tem gerado um impacto significativo no modo como as empresas se comunicam com seus clientes e constroem sua presença de marca.

O ChatGPT, um chatbot desenvolvido pela OpenAI com apoio financeiro da Microsoft, tem se destacado como um dos aplicativos de internet que mais cresce na história. Em apenas dois meses, alcançou a marca de 100 milhões de usuários ativos, superando marcas estabelecidas como TikTok e Instagram em termos de crescimento (BBC Brasil). Esse fenômeno tem gerado discussões e especulações sobre o impacto dessas plataformas no futuro próximo.

A IA generativa é o ramo da IA que se dedica a gerar conteúdo original a partir de dados existentes, em resposta às instruções de um usuário. Os textos e imagens produzidos por esses sistemas são muitas vezes tão indistinguíveis do trabalho humano, e têm sido utilizados para substituir tarefas realizadas por pessoas, desde a escrita de ensaios e discursos políticos até a criação de obras de arte.

Mas o que esse avanço significa exatamente para a comunicação corporativa?

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Agilidade que aumenta a exigência por senso crítico e estratégico apurado

Quando pensamos na aplicação de chatbots como o ChatGPT no relacionamento com clientes, fornecer respostas rápidas e precisas às perguntas dos clientes, melhorando a experiência do usuário e reduzindo a necessidade de intervenção humana em interações simples é a vantagem que se destaca. Mas a capacidade da IA generativa de produzir conteúdo de qualidade e personalizado em larga escala também pode ser aproveitada pelas empresas para criar campanhas e ações mais efetivas e envolventes, ao otimizar o tempo de produção da equipe, permitindo a dedicação à construção de estratégias mais eficazes e relevantes.

Com a capacidade de produzir conteúdo que se assemelha ao trabalho humano, a linha entre o que é criado por pessoas e o que é gerado por IA pode se tornar cada vez mais tênue. Isso pode gerar desafios em relação à autenticidade e à confiança nas informações divulgadas pelas empresas.

É importante que as organizações sejam transparentes em relação ao uso de IA generativa em suas comunicações e assegurem que os clientes saibam quando estão interagindo com sistemas automatizados. O problema não é o uso da tecnologia, mas como essa é utilizada.

Enquanto transparência é a chave para conquistar, e manter, a confiança dos stakeholders, a humanização do conteúdo é essencial para criar conexões relevantes com essas audiências. E isso é possível com a IA, desde que as informações corretas sejam fornecidas e pessoas reais sejam o centro das histórias construídas.

Com o ganho de tempo proporcionado pela tecnologia, ser estratégico e assertivo é ainda mais importante. E é aqui que profissionais de comunicação corporativa devem focar seus esforços.

A inteligência artificial não substitui o papel estratégico e criativo. Ainda é necessário ter pessoas capacitadas para interpretar os dados e tomar decisões estratégicas com base nessas informações. A IA é uma ferramenta poderosa, mas é o ser humano que traz a visão, a intuição e a criatividade necessárias para construir reputação e imagem autênticas e alinhadas ao propósito de uma empresa.

Reputação em risco

Com a disseminação de conteúdos gerados por IAs, como textos, imagens e até mesmo vídeos, torna-se desafiador distinguir o que é produzido por um ser humano e o que é produto de um algoritmo. Isso levanta questões éticas sérias, já que os públicos estratégicos esperam que as empresas sejam originais em sua comunicação e, além disso, essas audiências podem ser impactadas por conteúdo falso, focado em causar danos sérios à reputação.

A nova realidade demanda o investimento em estratégias que promovam a confiança e a autenticidade da marca, destacando os valores humanos e a expertise de seus colaboradores. Se antes era preciso dedicar esforços à blindagem contra situações de crise inerentes às atividades do negócio, agora é preciso antecipar cenários e criar mecanismos “à prova de fake news”.

Não basta ser ágil para tratar situações emergentes originadas a partir desse tipo de conteúdo, é preciso estabelecer políticas, canais e identidade exclusivas, com presença digital ativa, que permita aos stakeholders distinguir de maneira clara o que é fato do que é “pós-verdade”.

Outro aspecto importante é a responsabilidade social no uso da IA em marketing e comunicação. É necessário evitar o uso da tecnologia para manipular ou influenciar seus públicos estratégicos.

O direcionamento de ações e campanhas deve ser feito de maneira ética, levando em consideração a diversidade, a inclusão e a não discriminação. É de extrema importância que as organizações sejam conscientes dos possíveis vieses algorítmicos e trabalhar para garantir a equidade, responsabilidade e justiça em seu posicionamento projetado por meio da comunicação corporativa.

Primeiros passos de uma longa jornada

Apesar das inúmeras aplicações e riscos, é preciso ter em mente que estamos apenas na primeira etapa do desenvolvimento da IA. Atualmente, a maioria dos sistemas são classificados como Inteligência Artificial Estreita (ANI), que se concentra em uma única tarefa dentro de um intervalo predefinido. A próxima etapa será a Inteligência Artificial Geral (AGI), quando uma máquina adquire habilidades cognitivas no nível humano. Essa etapa trará avanços ainda mais revolucionários e desafios adicionais.

Por fim, há a preocupação com a Superinteligência Artificial (ASI), quando a inteligência sintética supera a humana. Esse estágio traz à tona questões éticas e existenciais, que a IA possa ser usada de maneiras prejudiciais e exploratórias. O que, por enquanto, se mantém no campo de obras de ficção científica, se torna mais próximo com os estudos dedicados à evolução da tecnologia.

Diante desses três estágios, é importante refletir sobre o impacto que essa tecnologia tem e terá não apenas na maneira como as empresas se comunicam, mas, principalmente no comportamento e percepção da opinião pública. Com capacidades tão avançadas, a diferença entre o real e o artificial será realmente importante?

A inteligência artificial está revolucionando a comunicação, a reputação e o marketing das empresas. Ela traz benefícios em termos de eficiência, personalização e previsão de tendências, mas também apresenta desafios relacionados à humanização da comunicação, transparência, confiança, ética e privacidade.

As empresas devem abraçar essa tecnologia de forma responsável, garantindo que a IA seja utilizada para promover o bem-estar de seus stakeholders e a construção de relacionamentos duradouros e autênticos. O equilíbrio entre a automação e a humanização é essencial para o sucesso em um mundo que deve sofrer transformações ainda mais profundas pela inteligência artificial.