Nos dias 31 de agosto e 01 de setembro, aconteceu a 26ª edição do Congresso Mega Brasil e, este ano, o evento trouxe o tema “A comunicação e o legado que as corporações deixam para o futuro do planeta e das novas gerações”. Grandes empresas como Itaú, Unilever, Pfizer, Samsung, Gerdau, entre outras, participaram de painéis com cases em temas muito discutidos no mercado como ESG, DEI (Diversidade, Equidade e Inclusão), Engajamento, Experiência de Marca e Diálogos com Comunidades.

A equipe do Grupo Trama Reputale não só cobriu o evento para entender como as organizações estão trabalhando a comunicação em seus segmentos, como também participou do painel de Marketing Digital com uma apresentação da Helen Garcia, Sócia e Diretora de Comunicação Integrada do Grupo, sobre um estudo que analisa como as empresas TOP 5 em reputação do Brasil utilizam estratégias de Relações Públicas, Comunicação Interna e Digital para garantir a experiência omnichannel dos seus públicos.

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Helen Garcia, Sócia e Diretora de Comunicação Integrada do Grupo Trama Reputale no Congresso Mega Brasil 2023

Não há mudanças efetivas sem transformação cultural

É unânime o entendimento compartilhado na maioria dos painéis de que para implementar transformações significativas em qualquer contexto, desde empresas até instituições públicas, a mudança cultural é um componente fundamental. Isso porque, por mais avançadas que sejam as estratégias ou tecnologias disponíveis, são as crenças, valores e comportamentos enraizados que moldam as dinâmicas humanas e, consequentemente, o sucesso ou fracasso de qualquer iniciativa. Portanto, antes de tudo, é imprescindível pensar e planejar ações que estejam alinhadas à cultura para que sejam, de fato, perenes.

Narrativa personalizada, nichada e humanizada

Os consumidores não buscam mais apenas produtos ou serviços, eles querem experiências autênticas e conexões genuínas com as marcas, precisam se sentir parte delas. Nesse cenário, as organizações que participaram do Congresso mostraram que estão investindo em uma comunicação personalizada que permite que elas falem diretamente com seus públicos-alvo, entendendo suas necessidades e desejos individuais. Além disso, a segmentação nichada garante que a mensagem certa chegue às pessoas certas, com a narrativa certa, aumentando a relevância e o engajamento. Por fim, uma abordagem humanizada torna a marca mais acessível, empática e transparente. Em um mercado tão competitivo, empresas que adotam essa abordagem não apenas conquistam a fidelidade dos clientes, mas também se destacam como referências em seu segmento, construindo relações duradouras e valiosas, o que reflete diretamente em sua reputação no mercado.

Outra questão muito abordada no congresso foi a importância de estabelecer uma conexão efetiva com todos os stakeholders. Isso engloba não apenas clientes/consumidores, mas também funcionários, fornecedores, investidores e a comunidade em geral. Cada um desses grupos desempenha um papel crucial na construção e na reputação da marca. Ao ouvir, considerar e conversar com todos esses públicos, as marcas têm a oportunidade de inovar, evoluir e se adaptar de acordo com as expectativas e necessidades de cada grupo.

Inteligência Artificial como potencializadora de habilidades

As discussões em torno do crescimento da inteligência artificial têm ocupado um lugar central nos debates atuais e, no Congresso Mega Brasil, não foi diferente. Os participantes do painel se mostraram tranquilos com o avanço dessa tecnologia, compartilhando pensamentos que vão, inclusive, de encontro ao posicionamento de muitas companhias do setor, como a Thoughtworks, consultoria global de tecnologia e cliente do Grupo Trama Reputale, que traz uma abordagem sobre as oportunidades de aplicar a IA para potencializar as capacidades humanas. No caso de modelos de IA Generativa, como o Chat GPT, há, entre muitas discussões, um otimismo em torno da otimização de tempo de produção de equipes, permitindo a dedicação à construção de estratégias mais eficazes e relevantes em campanhas, por exemplo.

“A inteligência artificial não substitui o papel estratégico e criativo. Ainda é necessário ter pessoas capacitadas para interpretar os dados e tomar decisões estratégicas com base nessas informações. A IA é uma ferramenta poderosa, mas é o ser humano que traz a visão, a intuição e a criatividade necessárias para construir reputação e imagem autênticas e alinhadas ao propósito de uma empresa”, afirma Kalil Blanco, Head de Comunicação Integrada do Grupo Trama Reputale.

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Gerente Sênior e Associado de Estratégia Digital (LATAM) do Grupo Trama Reputale, Kalil Blanco Spiandorim.

Construindo um mundo mais justo por meio da educação e responsabilidade social

Não é novidade que a comunicação desempenha um papel fundamental na consolidação das ações de ESG (Environmental, Social and Governance), cidadania e responsabilidade social nas empresas. E, durante o evento, as marcas participantes dos painéis que abordaram esses temas reforçaram que mais do que apenas divulgar essas iniciativas, é crucial que a comunicação esteja alinhada com a missão e os valores da empresa, transmitindo autenticidade e comprometimento em sua narrativa. Muitos dos cases apresentados pelas empresas estavam focados em ações voltadas à educação, considerando um cenário de desigualdade e com objetivos de gerar impactos sociais positivos. As marcas se mostraram especialmente direcionadas a esse viés a fim de fechar gaps relacionados ao tema e atuar para a construção de uma sociedade mais justa. No entanto, pontuaram a aderência cultural para essas ações dentro das organizações como um grande desafio, pois muitas vezes isso requer uma mudança profunda na mentalidade corporativa.

Impactos positivos reais para uma diversidade genuína

Ficou claro no evento que as empresas já compreenderam a importância da diversidade e que ela vai além de uma busca superficial por representatividade. As organizações se mostraram engajadas no compromisso de incluir o tema como parte estratégica do negócio e não apenas de forma isolada, entendendo que a diversidade não se limita mais a números e estatísticas, mas se expande para a implementação de ações concretas de inclusão. Os representantes das empresas falaram muito sobre a importância da escuta ativa dos grupos diversos, na valorização de suas experiências e perspectivas únicas, além da adoção de políticas que gerem um impacto social positivo real. Em resumo, acreditam que somente quando as empresas se comprometem a criar ambientes inclusivos e equitativos, em que a diversidade não seja apenas reconhecida, mas ativamente celebrada e respeitada, é que podemos verdadeiramente afirmar que estamos avançando em direção a um futuro mais igualitário e justo.

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A sua marca está no caminho certo?

O Congresso Mega Brasil 2023 proporcionou uma visão abrangente das tendências e estratégias que estão moldando o cenário atual das marcas. Ficou claro que a personalização, nichamento e humanização da comunicação são fundamentais para estabelecer conexões significativas com os públicos, enquanto o uso de dados se revela como a bússola que orienta as estratégias de campanha das organizações. No entanto, a transformação cultural ainda é um desafio, mas também a base para qualquer mudança efetiva.

A combinação de conteúdos que engajam com experiências, juntamente com um olhar a todos os stakeholders, reforça a ideia de que a comunicação é uma via de mão dupla, onde a escuta ativa desempenha um papel central. A diversidade, equidade e inclusão emergem como valores fundamentais. Além disso, o foco crescente em ESG, educação e parcerias demonstra um compromisso com um impacto social positivo e sustentável.

Por fim, vale lembrar que a inteligência artificial é uma aliada, mas não substituirá a essência humana da comunicação.

Este evento nos deixou com uma visão enriquecedora do futuro da comunicação, em que a interseção de todos esses elementos cria um cenário desafiador, mas muito promissor e com diversas oportunidades.