As práticas iniciadas no segmento continuarão sendo aplicadas, tais como a preferência pelo formato de vídeo curto, a inclusão e diversidade de influenciadores, o apoio a causas sociais e a preferência por personagens que geram conteúdo criativo e relacionamentos de longo prazo.

“Os influenciadores são considerados quase como amigos, e a maior parte do público prefere acompanhar alguém com quem possa se identificar de alguma maneira. Como o isolamento social, esse processo de aproximação se acelerou”, comenta Sandra Bonani, diretora de Influência do Grupo Trama Reputale.

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Sandra Bonani, Diretora de Influência do Grupo Trama Reputale.

Isso se sustenta ao olharmos para os números de uma pesquisa da Kantar Ibope. As plataformas de mídia social como Facebook, Instagram e Whatsapp cresceram cerca de 40% durante a pandemia de Covid-19. E é esperado que o Instagram continue a despontar como a mais acessada, ainda que as grandes estrelas em ascensão sejam o TikTok e o Youtube.

“O sucesso do Instagram tem a ver com a facilidade em navegar por conteúdos diversos, publicados em múltiplas linguagens. Lá, há vídeos, fotografias, textos e até peças de design gráfico que ampliam as possibilidades de trabalho dos influenciadores para as marcas”, observa Sandra.

Critério para escolha dos influenciadores

O nível de engajamento de um influenciador já é mais importante do que o número de seguidores que ele tem. “É a afinidade entre os valores dessa pessoa e de quem a segue que fará a diferença daqui para a frente”, completa Bonani.

novos-caminhos-comunicacao-interna10 passos para você trilhar o caminho do Marketing de Influência em 2022

 1 – Foco em dados

Não é mais um mistério que o papel desempenhado pelo uso de dados na comunicação se tornou peça fundamental desse quebra-cabeça. Isso não é diferente quando se trata do Marketing de Influência.

Quando analisados criticamente, os dados podem trazer insights muito relevantes e apoiar a mensuração, a avaliação e a proposição de ações de influência. Mas é preciso ter um olhar humanizado para que isso faça sentido.

“Um exemplo do que podemos fazer é conhecer a composição demográfica das nossas audiências mais profundamente e mapear os influenciadores que mais se alinham à nossa estratégia com assertividade”, diz Mariana Fraga, assistente de comunicação do núcleo de Influência do Grupo Trama Reputale.

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Mariana Fraga, assistente de comunicação do núcleo de Influência do Grupo Trama Reputale.

2 – TikTokização

O TikTok deve continuar em ascensão e entrar no gosto de muito mais gente ao longo de 2022. Não é à toa que outras plataformas também estejam investindo na oferta de vídeos rápidos – tal como o Instagram e seu Reels. Mas por que o Tik Tok é tão atrativo?

“Lá, as pessoas se preocupam menos com a perfeição. Ao se mostrarem, elas compartilham experiências e facetas mais próximas da vida real e, portanto, do público que as acompanha”, comenta Vanessa Sallas, coordenadora de Influência do Grupo Trama Reptuale.

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Vanessa Sallas, coordenadora de Influência do Grupo Trama Reputale.

E tem mais: “o algoritmo do TikTok tem uma entrega diferente daqueles de outras plataformas. Ele sugere publicações relacionadas aos nossos temas de interesse. Outra vantagem é que as chances de viralização também são muito maiores”, completa a executiva. 

3 – Geração Z  e Pessoas Idosas

As pessoas  da geração Z são as maiores consumidoras de conteúdo nas redes sociais. Elas têm perfis em várias delas e os acessam diariamente. Nosso olhar deve estar cada vez mais voltado a eles.

Apesar dos jovens consumirem muito os conteúdos disponíveis nas redes sociais, um dado da Kantar já mostram que as interações das pessoas idosas nas redes sociais aumentou bastante durante a crise sanitária. Ou seja, esse movimento é muito importante para as marcas ficarem de olho e estreitarem o relacionamento com esse público.

4 – Metaverso

Seja para reuniões de negócios e equipe, eventos, lançamentos de produtos ou coletivas de imprensa, é fato que o uso de recursos do metaverso serão cada vez mais explorados pela comunicação e o Marketing de Influência.

“O metaverso é um mundo virtual onde é possível interagir com outras pessoas, produtos e serviços por meio de avatares. Assim, é possível criar diferentes ambientes virtuais que podem estar ou não integrados ao mundo real”, explicou Sandra.

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5 – Storytelling

Mais do que lançar mão de ações pontuais, é o storytelling que dominará a cena. Para que o relacionamento entre os formadores de opinião e as marcas se mostre verdadeiramente autêntico, será preciso muita estratégia e lastro narrativo.

“As marcas já reconheceram a importância de criar uma narrativa que seja real e duradoura. Ela só é possível se sustentada por relacionamentos de proximidade e confiança com os influenciadores”, observou Vanessa.

Para isso, no marketing de influência é possível utilizar estratégias que passem pelo funil de conversão de vendas. As empresas precisam apresentar seus produtos e serviços, conectá-los com o público, e só depois pensar em converter. Feito isso, é preciso manter esse relacionamento com o consumidor e sempre pensar em ações de fidelização. É possível percorrer por todas essas fases do funil utilizando uma rede social ou várias. 

6 – Propósito na Influência

Diante da cobrança por posicionamentos mais enfáticos sobre questões sociais e pela oferta de produtos e serviços que beneficiem o planeta, a escolha de quem irá representar a marca ganha uma dimensão absolutamente estratégica.

No Tech Trends 2022, a Deloitte destaca como tendência a colocação de pessoas no centro das estratégias, considerando aspectos de desenvolvimento sustentável, diversidade e experiências autênticas como fatores chave para este ano.

Para Sandra, “os influenciadores podem ajudar a fortalecer a reputação da marca se estiverem realmente alinhados aos valores dela. Do contrário, isso traz riscos à imagem da organização. Um bom exemplo é o da pandemia e os desdobramentos nos temas do uso de máscaras e vacinação”. 

7 – Diversidade

Muito em linha com a tendência anterior, fato é que a demanda por representatividade deve impactar a escolha de influenciadores para serem porta-vozes da marca de modo ainda mais profundo.

“A diversidade precisa estar genuinamente refletida não só no discurso, mas na prática. Esse posicionamento deve ser autêntico e durar o ano inteiro. Não adianta falar do racismo apenas no mês da Consciência Negra.”, exemplificou Mariana.

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8 – Collabs

As collabs, que já eram comuns na indústria da moda, devem tomar parte do lugar que hoje é ocupado pelas “publis”. Isso quer dizer que marcas, influenciadores e até a imprensa vão compartilhar o espaço dos seus próprios perfis para um verdadeiro intercâmbio de conhecimentos e experiências.

“Essa união deve fazer sentido, é claro. E, aí, propósito, valores e estratégia entram em cena mais uma vez. Por meio de vídeos no Youtube ou Twitch, lives nas redes sociais ou no desenvolvimento de produtos, há várias possiblidades para boas collabs”, comentou Sandra.

9 – LGPD

É claro que o tema não poderia ficar de fora. Todas as ações conduzidas com formadores de opiniões devem ser balizadas pela lei, seguindo dois pilares fundamentais: o consentimento e a transparência.

Isso é bem traduzido por um dos exemplos de Sandra: “antes mesmo de solicitar os dados para o envio um produto a um influenciador, a gente precisa pedir consentimento para que o uso dessas informações seja legítimo”.

10 – Social Commerce

Se você usa o Facebook ou o Instagram, com certeza já se deparou com os marketplaces dessas plataformas por aí. É disso que se trata o social commerce. Ou seja, as mídias sociais têm se tornado fortes canais de venda digital.

“Esse recurso pode ser integrado a estratégias com influenciadores, com a postagem de produtos e, em seguida, o direcionamento direto ao ​e-commerce da plataforma”, finalizou Mariana.