A inteligência artificial é um campo da ciência da computação que se dedica ao estudo e ao desenvolvimento de máquinas e programas computacionais capazes de reproduzir o comportamento humano na tomada de decisões e na realização de tarefas, desde as mais simples até as mais complexas.  É comumente referida pela sigla IA ou AI (em inglês, artificial intelligence).

Com maior desenvolvimento a partir da década de 1950, a inteligência artificial faz parte da vida cotidiana das pessoas por meio dos assistentes de voz, dos mecanismos de pesquisa, dos carros autônomos e das redes sociais.

Apesar de trazerem inúmeros benefícios e avanços importantes em diversas áreas, o uso de tecnologias inteligentes tem se tornado um tema de muita discussão, principalmente nos últimos meses, com o lançamento de novas ferramentas que despertaram o debate a respeito dos limites éticos da inteligência artificial e do papel que elas desempenham na sociedade atual.

Os sistemas de Inteligência Artificial (IA) podem ser projetados para desenvolver desde a análise de dados até a criação de conteúdo, permitindo que as empresas se conectem com seu público de diferentes formas e em formatos inovadores.

Para mensurar o avanço do setor, um estudo desenvolvido pelo Google for Startups mapeou 702 empresas que desenvolvem IA no Brasil e mostrou que cerca de 2,4 bilhões de dólares, investidos em tecnologia na região da América Latina, foram direcionados para o país.

Diante de tudo isso, fica a reflexão: mas afinal como podemos utilizar essa tecnologia no universo da comunicação corporativa? A seguir listo neste artigo algumas possibilidades nesse sentido.

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IA como ferramenta de Comunicação

Análise de dados

Um dos pontos que a IA está modificando é a análise de dados, cada dia mais essencial no campo da comunicação. Durante muito tempo, foi difícil analisar grandes volumes de informação e em alguns casos, era necessário se debruçar por horas e até dias ou meses para entender esses dados. Agora, empresas podem coletar e analisar grandes quantidades de dados em tempo real e tudo com muita rapidez e veracidade.

Com o resultado dessa análise precisa, profissionais de estratégia podem entender melhor seu público-alvo e criar um conteúdo de comunicação mais eficaz. Vale mencionar, também, que com esse recurso fica mais fácil identificar padrões e tendências que nós humanos, muitas vezes, não conseguimos detectar. Isso permite tomar decisões assertivas com ainda mais agilidade.

“Não podemos esquecer que a evolução da análise de dados por meio da inteligência artificial evidencia ainda mais a questão da privacidade desses dados, o que requer que os profissionais de comunicação estejam cientes de suas responsabilidades e tomem medidas para proteger a privacidade de seus clientes”, pontua Kalil Blanco, gerente de estratégia digital do Grupo Trama Reputale.

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Gerente Sênior e Associado de Estratégia Digital (LATAM) do Grupo Trama Reputale, Kalil Blanco Spiandorim.

Conteúdo personalizado

A cada dia que passa, vemos os profissionais de comunicação produzindo conteúdos direcionados e personalizados para seus públicos com o apoio dos algoritmos. Esse item se torna ainda mais relevante se pensarmos que, atualmente, os consumidores estão cada vez mais exigentes e procuram experiências únicas e até pessoal de consumo.

Chatbots

Foi-se o tempo em que o chatbot era aquele recurso chato que só replicava mensagens. Com o apoio da IA, empresas utilizam essa ferramenta para fornecer suporte ao cliente em tempo real e personalizado. Com isso, se tem a melhoria na eficiência do atendimento ao cliente e uma redução no tempo de espera para obter ajuda. Além disso, os “bots” também podem fornecer informações sobre produtos e serviços e potencializar a experiência de compra tornando a jornada do consumidor mais envolvente.

Criação de Conteúdo

Aqui está um dos pontos onde a IA mais causa polêmica. Embora esse recurso esteja tomando conta de quase todos os setores, aplicativos como o ChatGPT, por exemplo, não criam nada. Eles apenas combinam dados já existentes para fornecer uma informação, mas a habilidade de criar ainda dos seres humanos. Por outro lado, não podemos menosprezar a importância que ela traz para a sociedade como um todo porque, hoje, a IA já está presente nas principais ferramentas voltadas ao meio da comunicação.

“A plataforma emula a capacidade de raciocínio, uma capacidade de compreensão de ideias. Mas é incapaz de fazer um planejamento, de interpretar algo ou de aprender a partir de experiências, a tecnologia não consegue aprender novas habilidades, apenas aprimora a linguagem”, conta Kalil.

Grandes empresas como Microsoft (por meio do lançamento do Copilot), Adobe (com o novo Firefly), o Google (com o Bard), e até mesmo o Shutterstock, um dos bancos de imagens mais usados do mundo, já integraram esse tipo de tecnologia para aprimorar ainda mais as funcionalidades. No Brasil, dados divulgados no relatório global, realizado e publicado pela IBM em 2022, corroboram para essa realidade já que cerca de 41% das empresas brasileiras utilizam algum processo com auxílio de IA.

Segundo McKinsey, até 2030, a tecnologia vai evoluir o suficiente para automatizar 50% dos trabalhos existentes.

“Assim como as outras tecnologias, a IA gera um processo de transformação na sociedade em que temos que nos adaptar. Precisamos abraçar essas novas tecnologias de forma consciente e ética; ter uma política clara de comunicação é algo fundamental para que as pessoas saibam o que pode e o que não pode fazer com elas”, comenta o especialista.

Como os profissionais de comunicação podem se adaptar à era da IA?

Para se adaptar aos desafios da era da IA, os profissionais de comunicação precisam estar dispostos a aprender novas habilidades e a trabalhar com a tecnologia em vez de temê-la. Isso inclui:

  • Aprender sobre IA e suas aplicações na comunicação corporativa
  • Desenvolver habilidades tecnológicas
  • Aprender a trabalhar com dados e privacidade de dados
  • Focar na transparência e ética na comunicação

Ao fazer isso, os profissionais de comunicação podem se posicionar como líderes em suas organizações, capacitados para criar estratégias de comunicação eficazes e responsáveis na era da IA.