Passados quatro meses do início da quarentena no Brasil, a experiência bem sucedida do home office pode até se tornar definitiva para algumas empresas. Mas não sem antes responder a um relevante questionamento: Como manter a proximidade entre as pessoas, agora que estão fisicamente distantes?

 

Por vezes, nem mesmo órgãos públicos têm conseguido manter unicidade nos discursos e ações. Mas a sociedade segue conhecendo mais sobre o vírus que motivou toda essa revolução nas relações humanas.

Nas empresas, particularmente, o que se verifica é um esforço em informar, tranquilizar e construir as próprias políticas internas, capazes de se moldar à cultura organizacional e, sem feri-la, direcionar os novos comportamentos.

Com o passar do tempo, as empresas detectaram a necessidade de ir além das instruções procedimentais. Ficou claro que a manutenção da saúde de uma organização depende em larga escala das relações internas, tanto quanto de protocolos de controle e eficiência.

É papel do RH e da Comunicação Interna gerir essa crise de forma que o senso de pertencimento de cada indivíduo seja preservado.

 

Pilares que favorecem a conexão

 

Cuidar das pessoas

Em todos os níveis hierárquicos, as pessoas precisam se sentir parte de um todo coeso. A percepção a se disseminar é a de que a cultura da empresa vai se moldar às circunstâncias e, que para isso, todos seguirão no processo de aprenderem juntos a melhor forma de fazer isso acontecer.

É um importante lembrar que um time forte é formado por pessoas que possuem meios de zelar por seu bem-estar individualmente. Cabe à dupla formada por RH e CI propor, por meio das mensagens corretas, caminhos em direção a essa percepção mais saudável de uma realidade adversa.

 

Estrutura física

É natural que os profissionais se sintam mais próximos de quem se preocupa com eles. Dessa forma, também é vital que todo esse cuidado fique claro também no que diz respeito à estrutura física e tecnológica necessária para que o contato entre os colaboradores possa ser estabelecido a todo o momento.

É também função do RH se certificar quanto ao pleno funcionamento do computador, do celular corporativo, da conexão à internet e do mobiliário necessário a uma jornada de trabalho ergonomicamente saudável.

 

Suporte

Tão importante quanto planejar e executar ações que aproximem ou reaproximem diretamente as pessoas é manter uma cana de comunicação permanentemente aberto para que eventuais problemas possam ser sanados.

O trabalho remoto pode causar insegurança no colaborador, uma vez que as pessoas podem imaginar que caberá a elas resolverem sozinhas qualquer tipo de dificuldade no dia a dia.

 

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Novas perspectivas de conexão

 

O cenário atual fez com pontos relevantes dos espaços físicos tenha ficado para trás. Em contrapartida, RH e CI tem apostado na tecnologia e criado novos canais para a interação. Conheça alguns casos:

Na Resultados Digitais, empresa especializada em Marketing Digital – e parceira do Grupo Trama – nasceu o Let’s Home, um canal direcionado ao compartilhamento de vídeos de curta duração, registrados pelos próprios funcionários. Em substituição à tv corporativa, que não pode ser utilizada no momento, esse novo canal, traz as novidades nos projetos e questões do dia a dia, deixando todos na mesma página sobre o que acontece de mais relevante para os times internos.

“Em um dos programas, por exemplo, trouxemos fotos das mães e pais trabalhando com os filhos e, em outro, o pessoal com seus pets. O canal também passou a ser um meio para nosso CEO e diretoria se aproximarem do time, trazendo atualizações periódicas sobre o cenário externo e seus impactos no nosso negócio”, revela Lívia Borba, analista de Comunicação Interna da empresa.

No ramo da tecnologia, no qual as empresas já possuem uma predisposição maior na adaptação ao novo, o engajamento dos colaboradores, pegou carona na recente tendência das lives. O programa “Fique em casa comigo AC”, da Área Central – empresa especialista em gestão de centrais de negócios – tem unindo os profissionais que atuam agora no home office, por meio de uma espécie de “show de talentos” virtual. A ideia era mesmo que os participantes chamassem a atenção dos colegas, utilizando situações surpreendentes.

A cada sessão, um colaborador convidado apresenta seu talento “escondido”, algo sempre referente a assunto externo à companhia. Assim, mesmo sem o cafezinho diário, momento em que as pessoas podiam interagir, assunto é o que não falta para as conversas virtuais e, consequentemente, os elos se mantém firmes.

Na Softplan, empresa do ramo de tecnologia de software localizada em Santa Catarina, os colaboradores seguem participando de um programa de saúde remoto, com aulas de ginástica laboral, yoga e meditação. Para garantir o bem-estar em diferentes níveis, a iniciativa conta também com atendimento médico e psicológico.

Como complemento e forma de agregar mais no autocuidado de cada colaborador, foi criada uma página na intranet da empresa, contendo dicas e orientações sobre cuidados nessa nova realidade. Ela também funciona como um espaço amplo para que as pessoas “desenferrugem” suas habilidades sociais e troquem experiências. Afinal, juntas as pessoas podem enfrentar as mudanças com mais facilidade.