Duas boas noticias mostram que o mercado de consumo brasileiro vai se aquecer ainda mais, tornando-se extremamente atrativo para a entrada de novas empresas no país. Estudo do economista Marcelo Neri da FGV publicado no jornal O Globo mostra que a renda do brasileiro tem crescido mais do que o PIB. Segundo o economista, a desigualdade no país está menor. Por isso o Brasil vive crescimento comparável ao da China, mas o avanço econômico brasileiro tem qualidade superior ao do país asiático.

No ano passado, por exemplo, quando a crise econômica mundial afetou os mercados externos e freou um pouco a economia brasileira, o PIB per capita caiu 1,5% mas a renda subiu 2,04%. Isso já despertou a atenção de empresas asiáticas, europeias e americanas, atraindo-as para entrarem no mercado brasileiro ou para ampliar o lançamento de novos produtos no país. Além disso, a desigualdade diminuiu no país já que a renda dos 40% mais pobres subiu mais do que a dos 10% mais ricos. A classe média brasileira hoje ultrapassa 50% da população, concentrando 94 milhões de pessoas com poder de compra. Enquanto outros mercados no mundo experimentam a estagnação, o Brasil mostra sinais de crescimento e solidez.

Outro levantamento publicado hoje Tb na FSP e no O Globo e realizado pelo IPC Marketing aponta que não é apenas a classe C que cresce no país, o Brasil vive uma forte expansão das compras também da classe B. O consumo das famílias deve crescer 30% em 2010, atingindo R$ 1 trilhao. Com isso, o brasileiro passa a gastar mais com itens “não-básicos”, ou seja, com veículos, viagens, lazer e produtos considerados até então supérfluos, os chamados “objetos de desejos”. Por isso, nosso mercado torna-se altamente interessante para atrair uma variedade maior de marcas e ofertas de produtos e serviços.

Os levantamentos foram feitos a partir de dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicilio). O estudo da IPC Marketing mostra o potencial de consumo das classes B2 e B1 (renda média familiar de R$ 2.950 a R$ 5.350, respectivamente) que soma, neste ano, R$ 970 bilhões, 30% mais do que em 2009.

A indicação é que essas mudanças acontecem primeiro no Sul e Sudeste, mas em dois anos será percebida no Nordeste. Em relação à população total, o potencial de compras também cresceu, mas em ritmo menor. De 2009 para 2010 passou de R$ 1,8 trilhão para R$ 2,2 trilhões – expansão de 22%.