Ao procurar no dicionário a definição para a palavra “protagonismo”, tem-se algo semelhante à: “qualidade da pessoa que se destaca em qualquer situação ou acontecimento, exercendo o papel mais importante dentre os demais”.

Partindo deste conceito, nos últimos anos, a Comunicação Interna vem desempenhando este papel de protagonista dentro das organizações, principalmente no cenário durante e pós-pandemia, integrando colaboradores de maneira virtual, presencial ou híbrida.

E ela ainda auxilia as próprias organizações, departamentos e profissionais a alcançarem o protagonismo. Ou seja: atua como protagonista e coadjuvante; como estratégia e ferramenta!

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Pandemia foi “virada de chave”

As empresas precisaram se reinventar para interagir com todo seu público interno e foi neste momento que a CI se destacou: propondo soluções, integrando equipes, encurtando distâncias, mantendo fortes os vínculos entre empregados e organizações. Desta forma, o papel protagonista adquirido com a pandemia mudou o “status” da área de CI e provavelmente será uma virada de chave para muitas organizações.

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Luana Brandão, Especialista de Comunicação e Marketing, da Kuehne+Nagel.

“Acredito que a comunicação interna está cada vez mais estratégica e veio para ficar. Não será passageira, pois se trata de uma ferramenta que, se bem utilizada, difunde não só os pilares da empresa, como também provoca a união dos funcionários com ações específicas e direcionadas” – ressalta Luana Brandão, Especialista de Comunicação e Marketing da Kuehne+Nagel.

CI como ferramenta para uma atitude protagonista

A CI também fomenta nos públicos de interesse sentimentos como engajamento, autonomia e senso de dono, que fazem parte de uma atitude “protagonista” e ajudam a alavancar resultados dentro de uma organização. Campanhas bem estruturadas, que tragam reforço dos valores e da cultura, despertam o compromisso dos funcionários com a empresa.

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Bruno Gerlin, Coordenador de Planejamento do Grupo Trama Reputale.

“Uma comunicação interna estratégica que tenha percorrido já um caminho de consolidação com o público interno sobre valores e cultura e que sensibiliza e envolve a liderança sobre a importância deste movimento e seu papel de influência são os principais vetores para que possamos despertar nos colaboradores esta atitude protagonista” – afirma Bruno Gerlin, Coordenador de Planejamento da Trama.

O público interno também mudou

Mas, não só a CI teve essa mudança de papel. Hoje, o público atingido pelos comunicadores também é muito diferente. É um público mais exigente, produtor de conteúdo – com o número crescente de redes socais e ferramentas de mídia – e cada vez mais protagonista da sua vida pessoal e profissional. E aí está mais um desafio da Comunicação Interna: como engajar este público? Como despertar o interesse?

“Os colaboradores de maneira geral estão cada vez mais atentos à trajetória e legado das empresas das quais fazem parte e, quando há reflexo disso em seus valores pessoais e veem a comunicação interna como uma ferramenta de empoderamento da sua fala, são capazes de liderar movimentos positivos em suas redes sociais pessoais de geração de conteúdo, se tornando embaixadores da marca e contribuindo para o fortalecimento da marca empregadora” – complementa Bruno.

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Estudo Fjord Trends

A Fjord, consultoria especializada em design e inovação da Accenture, lançou este ano a mais nova edição do Fjord Trends. O estudo comenta as tendências mais relevantes em comportamento e consumo que vão impactar diretamente as relações sociais.

Uma das tendências apontadas pelo estudo se refere justamente ao protagonismo individual:

“Temos visto mudanças importantes na forma como as pessoas assumem o protagonismo sobre suas próprias vidas. A tecnologia tornou a busca por novas fontes de renda menos arriscada – e muita gente está indo neste caminho. Essa proliferação da mentalidade do ‘eu sobre o nós’ tem profundas implicações sobre as organizações, como elas lidam com as pessoas colaboradoras e nutrem relacionamentos com consumidores-criadores”. (Trecho traduzido. Confira o estudo na íntegra no site da Fjord Trends).

Assim, a CI precisa estar atenta aos dois lados da moeda; a todas às facetas do protagonismo.

“não podemos fazer mais do mesmo quando se trata de comunicação em geral, principalmente interna, pois nosso público tem que ter interesse no que está sendo divulgado para ele. O conteúdo hoje é o que mais importa. Se o vídeo não está perfeito, ok; se a foto não está muito boa, ok; mas o conteúdo, mandatoriamente, tem que ser atraente, sexy, para despertar no leitor a confiança e o interesse, e fazer com que ele seja um replicador das nossas ideias”, finaliza Luana.

Com isso, caros comunicadores, o protagonismo nos coloca no centro dos holofotes, mas também nos deixa diante de novos (ou serão velhos?) desafios: fazer uma comunicação interna atraente e engajadora, em meio a tantos protagonistas!