O isolamento social tem se configurado como um marco importante nos modelos de comportamento da sociedade de hoje, uma linha fronteiriça cada vez mais nítida entre os costumes do mundo pré e aquele do durante e pós COVID-19.

A vida no planeta vem se moldando a novas necessidades e todas as pessoas têm vivenciado os desafios decorrentes disso. Alguns dos hábitos adquiridos durante a quarentena tendem a permanecer e se refletir no ambiente profissional.

Como parte integrante das vidas das pessoas, será que as empresas estão se preparando adequadamente para lidar com essa predisposição (ou não!) de seus colaboradores a toda essa mudança comportamental?

Mais da metade dos respondentes brasileiros do recente relatório global “Consumer Thermometer”, da Kantar Ibope, diz que vai manter comportamentos como:

  • fazer compras online;
  • trabalhar remotamente;
  • usar ferramentas online;
  • buscar formas de desenvolvimento pessoal;
  • e passar mais tempo com as pessoas mais próximas a seu convívio.

São novas perspectivas, sem dúvida.

 

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O home office que não assusta mais

 

Mesmo antes da pandemia, as lideranças já percebiam a crescente importância de se gerar mudanças que fizessem a diferença não só para o agora, mas que também pavimentassem o caminho para transformações duradouras.  A pressão por atuações socialmente mais responsáveis e gestões mais humanizadas já estava na ordem do dia de muitos RHs.

Portanto, a crise de saúde só alavancou a oportunidade de cada indivíduo olhar mais para si. Era o “empurrão” que todos precisavam.

Um nítido exemplo do que o novo normal tornou comum para grande parte das empresas, é adoção do home office. Vista antes com desconfiança por parte das organizações, principalmente em relação ao desempenho dos colaboradores, a medida agora reina como a mais popular em meio a toda essa situação incomum.

 

No Brasil, 30% das empresas que adotaram essa solução pretendem mantê-la em razão de um surpreendente aumento de produtividade. Essa decisão permitiria também que os colaboradores mantivessem o maior contato com familiares, recém redescoberto na quarentena.

 

A fintech Nubank, por exemplo, decidiu que seus funcionários começariam a trabalhar de nesse formato a partir de 12 de março. A medida foi adotada no Brasil, em Berlim, em Buenos Aires e na Cidade do México. Agora, quase seis meses depois, a decisão é manter a medida até o fim de 2020.

 

“Provamos que somos capazes de operar e permanecer produtivos mesmo com o distanciamento social. Conseguimos nos adaptar e continuamos a fornecer aos nossos clientes um suporte excepcional”, diz David Vélez, fundador e CEO do banco digital.

 

De acordo com a mais recente pesquisa de recursos humanos da Deloitte sobre respostas a epidemias, 82% das empresas acreditam que “condições de trabalho flexíveis” são essenciais para os profissionais. A recomendação da consultoria é que que as empresas estabeleçam mecanismos de férias e trabalho flexíveis, com o suporte tecnológico, parâmetros de trabalho não presencial bem definidos e comunicação constante.

 

 

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Profissional x Pessoal

 

As empresas têm buscado também manter o bem-estar físico e mental dos colaboradores. Ele é essencial para que esse novo cenário se desenrole da forma mais natural e positiva possível, equilibrando novamente os aspectos empresariais e emocionais.

A atual situação de distanciamento e diferenciação no uso do tempo permitem também a estruturação de programas que treinamento que “casem” a aprendizagem de conteúdos benéficos às necessidades dos negócios, enquanto também “mantêm a sede” dos colaboradores por assuntos que se encontrem dentro de suas preferências pessoais.

Além disso, as companhias têm reconhecido a necessidade de um sistema de monitoramento de saúde de suas pessoas, mantendo a confidencialidade das informações. Aliado a essa ação, é notório que grande parte dessas companhias passou a instituir programas que fornecem suporte emocional aos colaboradores.

A Ambev por exemplo, fez nascer uma nova área, completamente direcionada para saúde mental, bem-estar, diversidade e inclusão.

 

“Percebemos um aumento nos números de notificações em que as pessoas se disseram mais estressadas, mais cansadas e mais ansiosas”, afirma Mariana Holanda, escolhida para comandar o novo setor.

 

Assim como a Gerdau, que criou o programa +Cuidado, que oferece sessões com psicólogos, consultores financeiros e assistentes sociais, a cervejaria oferece um sistema de apoio que funciona 24 horas por dia.