São Paulo, agosto de 2015 – A partir de 3 de setembro, o Recife ganha uma nova alternativa de mobilidade urbana sustentável. Nesta data, o parque tecnológico Porto Digital disponibilizará o Carro Livre, sistema de compartilhamento de carros elétricos. O projeto, que está em período de testes desde dezembro, restrito a apenas 50 usuários, terá circulação liberada na região central da cidade.
"Vamos trabalhar com os três carros que já operamos nos testes e esperamos que, com a consolidação da ideia, a iniciativa privada e o poder público veja o valor mercadológico da iniciativa e resolva expandi-la, como aconteceu com as bicicletas compartilhadas", explica Francisco Saboya, presidente do Porto Digital.
A iniciativa é pioneira no país e tem como objetivo promover a melhoria da mobilidade no território do Porto Digital e nos bairros vizinhos. "O Porto Digital enxerga a área do parque tecnológico como um laboratório experimental de tecnologias inovadoras e sustentáveis. O Carro Livre é uma ação estratégica para a qualificação do bairro", explica Cidinha Gouveia, gerente de projetos do polo.
Durante o período de testes foram percorridos aproximadamente 1.000km em mais de 850 viagens, numa média de cinco deslocamentos diários. Diversos ajustes de usabilidade do aplicativo e sugestões de melhorias dos usuários foram incorporadas nos meses de avaliação do sistema. Além das três estações atuais, localizadas na rua Cais do Apolo, nas proximidades do edifício do Porto Digital, na rua Bione, em frente ao C.E.S.A.R, no Bairro do Recife, e na rua Capitão Lima, Santo Amaro, o Carro Livre também poderá ser pego ou devolvido na Casa da Cultura, bairro de São José, e na praça do Derby.
Como participar
Os interessados precisam fazer um cadastro prévio, na sede do Porto Digital, para terem acesso ao aplicativo. Além da carteira nacional de habilitação (CNH) em dia, os novos usuários precisam apresentar cartão de crédito válido e comprovante de residência atualizado. Uma vez inserido no sistema, desenvolvido pelo Porto Digital em parceria com a Serttel, o usuário poderá baixar o aplicativo para celular. "O Carro Livre é o único sistema de car sharing no mundo em que todas as funções são realizadas via aplicativo", comenta Cidinha.
A assinatura mensal do Carro Livre custa R$ 30. Cada viagem tem o valor de R$ 20 por trajeto de meia hora – caso o usuário queira fazer a viagem sozinho. O sistema foi pensado para estimular o transporte solidário a partir das caronas. Por isso, basta o usuário anunciar que está disposto a oferecer uma carona para que o valor da viagem caia pela metade. Caso não apareçam outros usuários em um intervalo de 15 minutos, quem liberou o carro pode seguir sozinho pagando R$ 10 pelo uso. Se o ‘caroneiro’ (também cadastrado no sistema) aparecer, cada um pagará R$ 5 pela viagem.
Sustentabilidade
O Carro Livre faz parte de um projeto guarda-chuva, o Porto Leve, que busca promover serviços inovadores e ecologicamente sustentáveis no ambiente do parque tecnológico. As soluções pensadas nesse laboratório urbano têm como objetivo melhorar a mobilidade, a segurança e a comodidade dos trabalhadores, empreendedores, visitantes, turistas e demais públicos que circulam na região. Além do Carro Livre e das bicicletas compartilhadas, o Porto Leve também desenvolve soluções como o estacionamento inteligente e a zona azul eletrônica.
Sobre o Carro Livre
Importados da China, os carros sustentáveis são inteiramente elétricos, equipados com ar-condicionado e demoram seis horas para serem carregados. Cada exemplar acomoda dois passageiros e alcança a velocidade limite de 60 km/h. Quando totalmente carregado, o Carro Livre tem uma autonomia de até 120 quilômetros.
"Os usuários vão gostar da experiência de dirigir esses veículos. Eles funcionam de forma semelhante a de um carro automático, sem marchas, apenas com freio e acelerador. A principal diferença do Carro Livre é o silêncio. Por se tratar de um carro elétrico, o usuário pode até achar que o carro está desligado", conta Cidinha.
Sobre o Porto Digital
O Porto Digital é um dos pilares da nova economia do Estado de Pernambuco, com 200 empresas que faturaram uma média de R$ 1 bilhão (2010) e empregam mais de 6.500 pessoas. Sua atuação se dá em atividades altamente intensivas em conhecimento e inovação, que são software e serviços de tecnologias da informação e comunicação e economia criativa, em especial os segmentos de games, multimídia, cine-vídeo-animação, música, design e fotografia, além de propaganda e publicidade.
Considerado uma referência na implementação do modelo da ‘triple helix’, o Porto Digital é fruto de uma ação coordenada entre empresas, governo e academia, que resultou, após 10 anos de sua fundação (2000), num dos principais ambientes de inovação do País.
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