Com a mudança, as empresas que atuam com o modal terrestre terão que monitorar o tempo de trabalho dos colaboradores
São Paulo, maio de 2012 – No início do mês, a presidente Dilma Rousseff sancionou a lei que regulamenta a jornada de trabalho, o tempo de direção e descanso dos condutores de caminhões no país. Com a nova exigência, o motorista terá que descansar por 30 minutos a cada quatro horas de direção, além de uma hora dedicada à refeição. O objetivo da lei é regulamentar a atividade dos profissionais que têm como ofício a condução de veículo automotor e que possuem formação, além de exercerem a atividade mediante vínculo empregatício.
Com o Estatuto, o governo pretende controlar a carga horária de trabalho efetivo, ou seja, o tempo que o profissional fica à disposição do empregador, excluídos os intervalos para refeição, repouso, espera e descanso. O controle deve ser realizado de maneira fidedigna pelo empregador, que poderá valer-se de anotação em diário de bordo, papeleta ou ficha de trabalho externo.
Para o diretor de Planejamento e Marketing da Atlas, Lauro Felipe Megale, a lei é positiva pelo fato de determinar um limite de carga horária por dia ao profissional, no entanto chama atenção para alguns pontos da lei. "A criação de pontos seguros de paradas nas rodovias, devidamente estruturados e que permitam o descanso dos profissionais com a devida segurança, é extremamente importante para a lei ser efetiva", ressalta Megale.
No caso da Atlas, empresa brasileira e que já opera há mais de 60 anos no país, a lei vai ao encontro das políticas de capital humano difundidas há muitos anos pela organização. A transportadora possui sistemas de rastreamento que permite utilizar meios eletrônicos instalados nos veículos para monitorar o tempo de trabalho dos motoristas. "A principal providência para atender ao Estatuto será integrar os sistemas para alimentar os dados de folha de pagamento com as medições exatas dos diferentes tempos apontados durante as operações de coleta, transferência e entregas realizadas pela empresa", explica o executivo.
No entanto, é importante lembrar que algumas empresas no mercado ainda não possuem sistemas informatizados para este tipo de controle e ‘fiscalização’, neste caso, será necessário a revisão dos processos e futuros investimentos. A Atlas, por meio da Central Logística, área recém-criada pela companhia, terá papel fundamental neste processo, pois o principal foco, além de reduzir custo com a operação, é garantir alto nível de serviços prestados para os clientes. Para tanto, utiliza um software especialmente desenvolvido que rastreia todos os veículos em tempo real, registrando as paradas e intervindo no sentido de aumentar a produtividade.
Consequentemente, os mesmos registros também poderão ser utilizados para atender as normas estabelecidas na nova lei.
Lei como incentivo – capacitação de profissionais
Pesquisas feitas pelo setor mostram que faltam 120 mil motoristas especializados e habilitados para dirigir caminhões no país e, segundo estudo realizado pela Pamcary, de cada 100 acidentes ocorridos, 66% está relacionado à falha do motorista, 43% por imprudência, 13% por velocidade incompatível e 10% por fadiga. Para evitar esse tipo de problema, a Atlas ministrará esse ano 25 mil horas de treinamento com os profissionais de todo o país, 5 mil horas a mais do que realizado no ano anterior.
Sobre a Atlas
É uma empresa com capital 100% nacional que oferece soluções em logística integrada e viabiliza a distribuição rodoviária e aérea de produtos para clientes de diversos setores da economia, dentre os quais, o setor farmacêutico, autopeças, informática, eletroeletrônico, entre outros. Considerada uma das maiores transportadoras do Brasil, possui hoje 56 filiais estrategicamente localizadas nas cinco regiões do País, 3.500 funcionários e 1.800 veículos para operações de coleta, transferência e entrega de cargas.