Profissionais da instituição abordaram temas como inspeção predial total e segurança contra incêndio para levar ao público informação que podem evitar acidentes e salvar vidas
São Paulo, novembro de 2018 – Na manhã da terça-feira (27 de novembro), profissionais do Instituto de Engenharia ministraram palestras sobre inspeção predial total e segurança contra incêndio para o público da M&T Expo 2018. Na ocasião, foram abordados temas que ressaltaram a importância da inspeção predial como ferramenta diagnóstica para garantia da segurança do usuário e de solidez da edificação.
O tema vem ganhando cada vez mais relevância no Brasil, sobretudo após o desabamento do edifício Wilton Paes de Almeida, no Centro de São Paulo, depois de incendiar-se em 1° de maio deste ano. O evento teve como objetivo também alertar sobre a importância de ações conjuntas para prevenir as perdas humanas, econômicas e sociais causadas pelos acidentes prediais.
Stella Della Flora, coordenadora da Divisão Técnica de Patologia das Construções, abriu o ciclo de palestras. Ela falou sobre os aspectos gerais da inspeção predial e destacou sua importância. “Fazemos um questionário aos moradores para entendermos os problemas reais do prédio, a fim de detectar a saúde das instalações e sugerir as devidas reformas”, disse.
Na sequência, Marco Gullo, diretor de Cursos, falou sobre as normas de inspeção predial Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de São Paulo (IBAPE SP) de 2012 e 2013. Ele explicou o funcionamento da inspeção predial praticado pelo setor técnico e reforçou que é preciso fazê-lo a cada três anos.
Jerônimo Cabral, vice-presidente de Atividades Técnicas, por sua vez, palestrou sobre o plano de manutenção nas edificações em geral. “O gestor predial de ativos mobiliários deve zelar pelo patrimônio de terceiros sob sua gestão”, comentou. Ele também apontou como os passivos podem influenciar no valor do imóvel. “Uma fachada bonita, com um jardim bem cuidado valoriza não apenas a residência, como a vizinhança”.
Já na palestra “Segurança Contra Incêndio”, Tatiana Lourenço Machado, vice-coordenadora da Divisão Técnica de Qualidade e Produtividade, apresentou as principais causas de incêndios. Entre elas, citou problemas nas instalações técnicas, falhas humanas, vazamento de gás de cozinha (botijão ou canalizado), combustão de materiais inflamáveis e demora na extinção de pequenos focos.
Com uma visão crítica sobre as brigadas de incêndio, Paulo Magri, membro do Instituto de Engenharia, mostrou um vídeo no qual um estádio é consumido por fogo em apenas um minuto e meio. “Estamos sujeito a incêndios a qualquer momento e em qualquer lugar”, indagou. Citou ainda dos casos brasileiros de grandes repercussões, como os edifícios Andrauss e Joelma. Com relação a este último, lembrou que o Instituto de Engenharia examinou as causas do incêndio e apresentou um laudo pericial que serviu de base para a elaboração da Normatização de Prevenção de Incêndios em Edifícios.
Por fim, José Félix Drigo, vice-coordenador da Divisão de Engenharia de Incêndio, abordou a evolução do incêndio antigo para o moderno. No passado, o fogo se propagava por meio dos móveis, feitos basicamente de madeira. Hoje, sua composição mudou, dando lugar aos materiais sintéticos, que são até dez vezes mais tóxicos. “Isso significa que os incêndios se tornaram extremamente letais, pois a maioria dos óbitos ocorre pela inalação da fumaça tóxica. São poucos aqueles que morrem por causa do fogo em si”, finaliza.
Ao final de cada bloco das palestras, foi realizada uma mesa-redonda com os palestrantes, com a participação do público. Desta forma, o Instituto de Engenharia cumpriu seu papel de levar informação relevante para a sociedade, pensando na segurança e bem-estar da população.