São Paulo, abril de 2017 – Ser voluntário é mais do que fazer atividades de impacto na sociedade. A pesquisa Além do Bem, desenvolvida pela consultoria de engajamento Santo Caos, com colaboração de Bank of America Merrill Lynch, ONU Voluntários, CVBE (Centro de Voluntariado Empresarial Brasileiro) e ABRH-Brasil (Associação Brasileira de Recursos Humanos), mostra que empresas e funcionários que estão em projetos de voluntariado corporativo têm benefícios mútuos. A investigação, a mais extensa sobre o tema já realizada no Brasil, teve foco em aspectos qualitativos do impacto do voluntariado corporativo para a gestão de pessoas.
Na avaliação da Santo Caos, o principal valor para empresas e funcionários em programas de voluntariado corporativo é o engajamento. Do lado da companhia, foi verificado que os empregados que são voluntários nos projetos internos são 16% mais engajados do que os demais. Já do lado dos colaboradores, eles notam que sentem que têm mais voz ativa. Ademais, 62% dos entrevistados afirmam que o programa de voluntariado empresarial é um fator de peso para se candidatar a um processo seletivo.
Segundo as entrevistas em profundidade, o voluntário corporativo tem melhor compreensão sobre os valores e o posicionamento da empresa, interferindo positivamente na produtividade e na dedicação. “Verificamos que os impactos positivos para a empresa são indiscutíveis. O voluntariado faz que o funcionário conheça melhor as pessoas com quem trabalha, entenda os valores da empresa e melhore sua produtividade. Isso quer dizer que ele impacta em todas as conexões que compõem o engajamento do funcionário”, destaca Jean Soldatelli, sócio diretor da Santo Caos. O especialista em engajamento completa que “uma prova disso é que, mesmo entre aqueles que não fazem parte do programa de voluntariado, a percepção de que a atividade traz resultados positivos para a empresa é a maioria”.
“A pesquisa demonstrou que o voluntariado corporativo não é uma alternativa para o empregado fazer o bem, apenas. Demonstrou que o tema é reconhecido pelos gestores, como estratégico, como uma ferramenta para o desenvolvimento dos talentos humanos e fortalecimento da marca, agregando valor ao negócio. O engajamento em projetos de voluntariado corporativo ratifica o engajamento à organização. Engajamento à organização independe do engajamento ao voluntariado corporativo”, comenta Jorgete Lemos, diretora de Diversidade da ABRH-Brasil.
Os resultados do estudo também apontam que as empresas têm mudado sua visão sobre os projetos de voluntariado. A pesquisa mostra que 45% dos gestores acreditam que o programa corporativo de voluntariado capacita e motiva o funcionário e 38% deles veem que ter um projeto nesse âmbito melhor a imagem da empresa junto ao público externo. Outro achado interessante é que 73% dos gestores acreditam ser positivo liberar o colaborador para fazer trabalho voluntário durante o expediente.
Foram consideradas empresas que têm programas estruturados para incentivar seus colaboradores a participarem de ações como voluntários. Os questionários cobriram 29 setores da economia e foram aplicados entre setembro e dezembro de 2016.
Amostra da pesquisa
- 828 entrevistados: 420 voluntários; 100 ex-voluntários (mais de um ano sem fazer trabalho voluntário); 261 não voluntários;
- 47 especialistas;
- 20 empresas analisadas em profundidade;
- Mais de 77 horas de entrevistas;
- 25 estados e Distrito Federal.
Fundada em 2013, a primeira consultoria de engajamento do Brasil tem como objetivo entender os públicos, internos ou externos, das empresas e desenvolver estratégias para que estes públicos trabalhem a favor da empresa. Já engajou públicos de grandes empresas como McDonald’s, Facebook, Ambev e ViaVarejo. Também auxilia empresas com engajamento de causa, com estudos especializados em jovens de baixa renda, educação e tecnologia, diversidade, entre outros.