Profissionais brasileiros desvendam os segredos do comportamento suicida - Trama
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Profissionais brasileiros desvendam os segredos do comportamento suicida

São Paulo, 29 de setembro de 2004 – O suicídio persiste como tema que desafia pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento. Com o objetivo de esclarecer os aspectos relacionados a esse fenômeno, os brasileiros Blanca Guevara Werlang e Neury José Botega organizaram a obra “Comportamento Suicida”, lançamento da Artmed Editora. Trata-se de um trabalho em conjunto de dois importantes centros de pesquisa em saúde mental do País: a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e a Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).

O Brasil situa-se entre os países que apresentam as menores taxas de morte por suicídio, que oscilaram entre 3,5 e 4,6 óbitos por 100 mil habitantes nas últimas duas décadas, segundo estimativas do IBGE e do Ministério da Saúde. O sexo masculino é o mais vulnerável a questão do suicídio e os riscos aumentam com o avanço da idade. Em relação ao total de óbitos, o suicídio respondeu por 0,95% das mortes masculinas e 0,33% das femininas.

Ao analisar os dados das capitais dos estados brasileiros, no período de 1998 a 2000, os autores verificaram as maiores taxas de suicídio do sexo masculino em Boa Vista, Porto Alegre e Florianópolis. Nessas regiões, os índices chegam a atingir quase o triplo do coeficiente médio do País. Abaixo delas, seguem ainda com valores elevados as cidades de Vitória, Campo Grande, Teresina, Goiânia, Rio Branco e Manaus.

Segundo a psicóloga Blanca Guevara, o comportamento suicida é um fenômeno que se configura a partir de diversos fatores. “Dificilmente um único aspecto será a causa. A ação suicida não é um ato aleatório, sem finalidade, pelo contrário, é vivenciado como a melhor saída disponível. O indivíduo busca a todo o momento encontrar uma solução para um sofrimento intenso e insuportável”, explica.

Fatores como pobreza, perda de pessoas queridas, desentendimentos com familiares e amigos, ruptura de relacionamentos, problemas psíquicos ou de caráter bioquímico, entre outros, são considerados de risco que afetam os que estão predispostos ou especialmente vulneráveis ao suicídio. “A tentativa de suicídio é um sinal de alarme”, resume Guevara.

Prevenção
Diante da estreita associação entre transtornos mentais e suicídio, a prevenção entra como fator preponderante no programa de tratamento dos pacientes com predisposição a esse tipo de comportamento. Além disso, a contribuição de outros setores da sociedade, como a imprensa e o governo, é indispensável para divulgar a ação em todas as localidades do País.

“É fundamental investir no trabalho de prevenção, que consiste em cada vez mais abrir o assunto para discussões tanto em escolas, quanto em hospitais e em casa, mostrando sempre as diversas formas de se viver bem”, reforça a psicóloga. Para ela, esse trabalho também contribui para quebrar alguns mitos que envolvem a questão do suicídio.

Principais mitos em relação ao comportamento suicida:

“Perguntar sobre o suicídio pode induzir o paciente a isso?”
Questionar sobre idéias de suicídio, fazendo-o de modo sensato e franco, aumenta o vínculo com o paciente. Este se sente acolhido por um profissional cuidadoso, que se interessa pela extensão de seu sofrimento.

“Ele está ameaçando com suicídio apenas para manipular”.
A ameaça de suicídio sempre deve ser levada a sério. Chegar a este tipo de recurso indica que a pessoa está sofrendo e que necessita de ajuda.

“Quem quer se matar, se mata mesmo”.
Essa idéia pode conduzir ao imobilismo terapêutico, ou ao descuido no manejo de pessoas sob risco. Não se trata de evitar todos os suicídios, mas sim os que podem ser evitados.

“Quem quer se matar, não avisa”.
Pelo menos dois terços das pessoas que tentam ou que se matam haviam comunicado de alguma maneira sua intenção para amigos, familiares ou conhecidos.

“O suicídio é um ato de covardia ou coragem?”
O que dirige a ação auto-infligida é uma dor psíquica insuportável e não uma atitude de covardia ou coragem.

“Quem se mata é bem diferente de quem apenas tenta”
Diversos estudos epidemiológicos demonstram que, vistas em conjunto, as pessoas que tentam o suicídio apresentam características diferentes daquelas que chegam a um desenlace fatal. No entanto, esses achados não deveriam funcionar como álibi para a pouca atenção dispensada aos que tentam o suicídio, mas não morrem.

“Após uma tentativa de suicídio, uma melhora rápida significa que o perigo passou”
Uma melhora rápida exige atenção redobrada, não significa que a crise acabou. Vale lembrar que muitos suicídios se efetivam pouco tempo após uma tentativa prévia.

Sobre os organizadores
Blanca Susana Guevara Werlang é psicóloga clínica. Doutora em Ciências Médicas na área de Saúde Mental pela Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP. Professora adjunta no Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Faculdade de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS.

Neury José Botega é médico psiquiatra. Professor titular no Departamento de Psicologia Médica e Psiquiatria da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas – FCM UNICAMP. Coordenador do Curso de Especialização em Psicologia Hospitalar da FCM UNICAMP e do Centro Brasileiro do Estudo Multicêntrico de Intervenção do Comportamento Suicida (SUPRE – MISS) da Organização Mundial de Saúde.

Serviço
Livro:
Comportamento Suicida
Organizadores: Blanca Guevara Werlang, Neury José Botega e cols.
Formato: 16×23
N. de páginas: 204
Preço: R$ 36,00
À venda nas principais livrarias do País ou pelo site www.artmed.com.br  

Sobre a Artmed Editora
A Artmed Editora é responsável pela publicação, em português, de livros acadêmicos e profissionais nas áreas de ciências biomédicas, educação e saúde mental. Atua também nas áreas de administração, ciência e tecnologia através da Bookman Editora. A empresa possui mais de 1500 títulos em catálogo, com uma média de 400 novas obras lançadas por ano. A Artmed mantém contratos de exclusividade com conceituadas editoras dos Estados Unidos e de diversos países da Europa e da América Latina. Com matriz em Porto Alegre e filial em São Paulo, a empresa conta com uma eficiente rede de distribuição para todo o Brasil e para Portugal e também efetua vendas via Internet.


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