A.T. Kearney divulga pesquisa feita com diversos players do segmento no país
São Paulo, outubro de 2017 – A A.T. Kearney, consultoria de gestão de negócios, com mais de 90 anos de trajetória global e uma das 4 maiores do mundo, está divulgando novo relatório dos setores de pós-vendas e peças de reposição do mercado automotivo, que apresenta os desafios e oportunidades do segmento para os próximos anos.
Historicamente, a venda de veículos novos e o mercado de pós-vendas andam lado a lado. Quando a crise econômica atingiu a venda de veículos, quatro anos atrás, o mercado de pós-vendas também sentiu o impacto. Apesar desse e de outros desafios, o relatório mostra que o pós-vendas automotivo é um mercado com oportunidades reais de crescimento para os próximos anos.
A pesquisa, realizada em 2016 com os principais players do setor, revela que o mercado de pós-vendas nacional ainda tem muito a explorar e crescer em comparação ao que já acontece em outros países. Essas oportunidades vão desde a reestruturação da forma como as empresas atendem seus clientes, até o entendimento do que eles realmente precisam e desejam em termos de serviços.
“As análises de cenário que desenvolvemos para o segmento revelam que os próximos anos serão propícios para a consolidação do setor de pós-vendas automotivo, com diversas oportunidades de fusões e aquisições”, afirma Sergio Eminente, Diretor da A.T. Kearney Brasil e um dos responsáveis pelo estudo.
A pesquisa aborda ainda o mercado de autopeças para reposição, e demonstra que desde 2007 a produção brasileira não conseguiu seguir o mesmo ritmo de crescimento da indústria automotiva, o que levou a um desequilíbrio comercial no período de 2013-2014, quando as importações foram de US $ 20 bilhões e as exportações foram de US $ 10 bilhões, com uma taxa de câmbio média de 2,18.
“Acreditamos que, se as fabricantes de autopeças realmente se posicionarem em direção ao futuro, terão condições de crescer entre 6% e 7% ao ano até 2020, ao passo que o mercado de veículos novos deve crescer apenas 1,5% a 2% no mesmo período”, afirma o executivo.
Uma das iniciativas para contornar esses desafios no país foi o lançamento do programa Inovar-Auto, em 2012, que propôs uma política de impostos criada para promover inovação tecnológica e o desenvolvimento da indústria de autopeças. “Agora, fatores como a crise e a depreciação do real apontam que as fabricantes precisam fortalecer sua estratégia e suporte para o avanço tecnológico da indústria nacional para competir com sistemas e peças importadas”, detalha Eminente.
O relatório finaliza apontando as tendências e oportunidades para o mercado de pós-venda brasileiro nos próximos anos. Hoje o Brasil conta com 150 mil empresas no segmento que enfrentarão transformações profundas nos próximos dez anos e impactarão diretamente o setor como a evolução da direção autônoma, do conceito de mobilidade e da inteligência artificial.
Seguindo essa linha, começa em 2018 o Programa Rota 2030 como evolução do Inovar-Auto, que tem como pontos principais:
- Desenvolvimento de produtos com eficiência energética;
- Dispositivos e tecnologias de segurança;
- Estímulos à produção local;
- Industry 4.0 – conceito da internet industrial que cobre conectividade, automação, uso de dados e IoT.
“Percebemos que ainda existe uma rota de crescimento no Brasil quando olhamos a proporção de carros por habitantes em outros países. Nos Estados Unidos, por exemplo, a taxa é de 812 carros para cada 1.000 habitantes; na Itália 690; Japão 589, enquanto no Brasil apenas 259 para cada 1.000 habitantes”, detalha o executivo. “Hoje, mais do que uma boa experiência de compra, o usuário que permanece mais tempo com o mesmo veículo tende a exigir mais do pós-vendas, com serviços pensados para otimizar a vida útil de seu veículo”, explica.
Outro fator potencial de mercado é o indicador que mede o registro de novos veículos no país. “Em 2000, foram 1,3 milhão de novos carros em circulação. Em 2013, esse número subiu para 3,8 milhões e, em 2016, o total foi de 2,6 milhões. Ou seja, temos espaço para crescer de forma estratégica, criando produtos que atendam esse novo cenário”, conclui.