O equipamento foi desenvolvido para atender aos consumidores que não têm acesso à internet e auxiliar no combate à pirataria. A iniciativa já conta com parceiros como como a ABMI, ABER, Visa e Telefônica
São Paulo, 28 de janeiro de 2004 – O mercado fonográfico ganhará em breve uma novidade que impulsionará a venda de CDs e vai reforçar o combate à pirataria. Trata-se do Mix For Me (M4M), uma máquina para gravação de CDs com músicas, jogos, curtas-metragens ou outras mídias, de acordo com a vontade do cliente. O protótipo do produto, que está em fase final de testes, foi criado e desenvolvido pela Unic Tecnologia Digital, empresa residente no Hotel de Projetos do Centro Incubador de Empresas Tecnológicas (Cietec).
As primeiras unidades serão instaladas em meados de março em centros culturais, museus e universidades. O conteúdo do M4M será composto por músicas, jogos para PC e filmes de curta-metragem. Todas com autorização de gravadoras, editoras, produtoras e artistas. O compromisso da Unic em pagar direitos autorais, tarifas e impostos já rendeu parcerias com a Associação Brasileira da Música Independente (ABMI) – instituição que representa cerca de 80 gravadoras, e da qual fazem parte as gravadoras Eldorado, Trama, Biscoito Fino e Zabumba Records – e com a Associação Brasileira das Editoras Reunidas (ABER), que reúne parte das grandes editoras musicais pertencentes a Sony, Warner / Chappell, BMG, Universal, entre outras. A primeira representa gravadoras e intérpretes. A segunda, os compositores.
Os sócios Lílian Clini e Luca Clini argumentam que a proposta do M4M de não vender pela internet é intencional e atenderá um mercado composto por 92,5% da população brasileira (IBGE 2002). Boa parte deste contingente também não compra os álbuns convencionais de CDs, devido aos custos, e muitas vezes acabam se rendendo à pirataria. “Para se ter uma idéia, de cada 3 CDs vendidos no Brasil, um é pirata”, destaca Lílian.
Os usuários da internet, aproximadamente 7,5% dos brasileiros, também são clientes em potencial. “O número de usuários de banda larga no Brasil, ainda é pequeno, o que restringe os downloads de forma eficiente. No M4M a gravação de um CD completo leva em torno de 3 a 4 minutos”, observa Lílian.
Faixas
A diretora da Unic Tecnologia Digital é uma das defensoras da teoria de que o futuro do mercado fonográfico está na venda de arquivos digitais por faixas. “Mas é um processo um pouco lento no Brasil e que vai precisar de uns 10 anos ou mais para se consolidar”, acredita.
Luca Clini afirma que o M4M vem justamente para propor novas fórmulas de comercialização de arquivos digitais, combinado com o respeito ao consumidor e respeito aos direitos autorais. “Queremos vender produtos com qualidade e seriedade, com isto nos tornarmos um canal de distribuição oficial para a venda de músicas, jogos e multimídias em geral”, comenta.
Auto-atendimento
O produto foi concebido como um terminal de auto-atendimento e com a mesma tecnologia de um caixa bancário automático. A pessoa seleciona as músicas ou jogos desejados num monitor, efetua o pagamento com cartão de débito ou crédito e o equipamento grava na hora um CD com impressão personalizada na capa e no disco. O cliente pode tudo, inclusive escolher o nome que dará ao seu álbum.
O projeto do M4M traz ainda outras vantagens, pois sendo arquivos digitais, podem ser copiados inúmeras vezes (tanto para lançamentos como catálogos), sem a necessidade de estoque e riscos de encalhe, e uma vez que o produto será feito mediante demanda, haverá redução de custos com fabricação, distribuição e logística.
A Unic oferece juntamente com o M4M todo um sistema de controle e segurança nas transações. Os terminais fornecerão dados sobre vendas, valores, artistas e títulos selecionados que serão encaminhados periodicamente aos setores envolvidos por meio de relatórios. As gravadoras, artistas e editoras cadastrados poderão fazer o acompanhamento também pela internet, no site da Unic (www.m4m.com.br).
Para isto, vai utilizar o sistema de cartões de pagamentos da Visa do Brasil (débito e crédito). As conexões de rede com segurança serão feitas pelos sistemas X-25 da Telefônica.
Luca Clini argumentam que a proposta do M4M de não vender pela internet é intencional e atenderá um mercado composto por 92,5% da população brasileira