De acordo com o levantamento, iniciativas em escolas públicas cresceram 18% em relação à última pesquisa
Brasília, maio de 2018 – Mais de 1.300 iniciativas em todo o Brasil, entre escolas do ensino médio e universidades, públicas e privadas, associações, cooperativas e órgãos da iniciativa privada cadastraram suas iniciativas de educação financeira no 3º Mapeamento Nacional das Iniciativas de Educação Financeira, realizado pela AEF-Brasil – Associação de Educação Financeira do Brasil. Os resultados serão apresentados nesta segunda-feira (14), durante o evento de lançamento da 5ª Edição da Semana ENEF, que acontece em Brasília.
Entre as boas notícias registradas pelo estudo está o aumento do número de ações em escolas públicas. “Em 2013, as iniciativas ultrapassavam pouco mais de 30%. Em 2018, elas saltaram para 50%. Metade das iniciativas mapeadas são da área de educação formal. Mais: o número de ações cadastradas esse ano duplicou em relação ao último Mapeamento”, avalia Breno Barlach, gerente de projetos da Plano CDE, consultoria especializada contratada para conduzir o Mapeamento.
Para Claudia Forte, superintendente da AEF-Brasil, os bons resultados se devem ao engajamento de professores e educadores em todo o Brasil com a causa da educação financeira. “Esse envolvimento que hoje é notável, é motivado também pela implantação da Estratégia Nacional de Educação Financeira, que ampliou o acesso ao conteúdo e às tecnologias para promover o aprendizado dentro e fora da sala de aula. A inclusão da educação financeira como tema transversal na nova Base Nacional Comum Curricular, vai impulsionar ainda mais essa movimentação”, conclui a executiva.
Mapeamento e Selo ENEF
Realizada entre os meses de fevereiro e março deste ano, a pesquisa mapeou 1383 iniciativas em todo o País, uma média de 70% acima do resultado alcançado no estudo anterior, realizado em 2013, que captou cerca de 800 ações. “Trata-se de uma radiografia do cenário da educação financeira no Brasil. O Mapeamento nos ajudará a conhecer detalhes das ações, levantar números e compreender sua abrangência, além de entender os desafios do setor” – esclarece Claudia.
Além do apoio para identificar o que acontece e quem promove as ações de educação financeira em todo o País, a pesquisa servirá como subsídio ao CONEF – Comitê Nacional de Educação Financeira, para a distribuição do Selo ENEF, reconhecimento que identifica as iniciativas de educação financeira desenvolvidas por meio de ações de informação, formação e orientação, alinhadas com as diretrizes da ENEF.
Confira alguns resultados:
Perfil das Instituições
Gratuidade da Iniciativa – Número de iniciativas gratuitas duplicou em relação ao último Mapeamento.
Abrangência – Maior parte das iniciativas têm abrangência nacional ou municipal – são online ou locais.
Obs.: Parceria com Secretaria de Educação do Tocantins gerou grande aumento de iniciativas na região Norte
Temas tratados – Mudanças comportamentais e planejamento são os temas mais abordados pelas iniciativas.
Impacto das iniciativas: mais de oito milhões de pessoas atingidas. Sem contar as iniciativas pequenas (até 500 pessoas).
Principais considerações do Mapeamento
- Orientações sobre consumo consciente e ferramentas para organização financeira são os temas principais;
- No eixo de formação, empreendedorismo é o tópico principal;
- Mudanças comportamentais e planejamento são os temas mais abordados pelas iniciativas;
- Apenas 40% das iniciativas têm avaliações. Metade delas faz avaliações em dois momentos;
- Em 2018, foram mapeadas 72% mais iniciativas do que em 2013;
- Esse aumento ocorreu principalmente pelo crescimento das iniciativas escolares, mas ainda há grande diversidade de instituições;
- Iniciativas on-line têm maior alcance, enquanto grande parte das iniciativas presenciais são locais – principalmente as iniciativas em escolas;
- Enquanto 66% das iniciativas atingem até 500 pessoas, 6% chegam a um total de oito milhões de pessoas;
- A ENEF pode incentivar parcerias de conteúdo e formação entre iniciativas digitais/nacionais e presenciais/locais;
- É importante incentivar iniciativas direcionadas a públicos mais vulneráveis, como analfabetos, com pouco ou nenhum uso do sistema financeiro e de menor renda.
- 30% das iniciativas contam com profissionais voluntários;
- Entre os professores em iniciativas escolares, apenas 31% passaram por cursos de capacitação. 15% das iniciativas são dedicadas à formação de professores em educação financeira;
- Parcerias com Secretarias de Educação são importantes para aumentar capacitação e cobertura da educação financeira.