Esta é a primeira vez desde que o Índice Global de Confiança Para Investimentos Estrangeiros (FDI Global Index) foi criado, em 1998, que o País não figura no ranking; em 2012 e 2013, chegou a ocupar a 3ª colocação
A consultoria de alta gestão A.T. Kearney, uma das quatro maiores do mundo, acaba de divulgar a edição 2019 de seu índice global de confiança para investimentos estrangeiros diretos (Foreign Direct Investments – FDI Global Index) feito anualmente junto as maiores empresas multinacionais. O Brasil, que chegou a figurar entre os top 5 da lista entre 1998 e 2013, este ano volta a cair e deixa a lista dos 25 principais destinos de capital estrangeiro.
Em 2016, o País figurava em 12º no ranking. No ano seguinte, caiu para a 16ª colocação, e em 2018 perdeu mais nove posições, aparecendo em 25º lugar. “Em 2019 deixamos o ranking dos 25 principais países do Índice Global de Confiança para investimentos estrangeiros diretos”, lamenta Mark Essle, sócio da A.T. Kearney no Brasil. “Entre 2017 e 2018, o impeachment de Dilma Rousseff, a Operação Lava Jato e a incerteza sobre as eleições presidenciais contribuíram para o declínio. Ainda assim, o fluxo de investimentos estrangeiros diretos (IED) no País aumentaram 4%”, recorda. “Agora deixamos a lista de intenções futuras de investimento. Isso reforça a ideia de que viver apenas de commodities é perigoso”, analisa. “O investimento estrangeiro direto é um dos maiores aceleradores de desenvolvimento para uma economia. O Brasil precisa virar esse jogo pelo bem de todos”, afirma Mark Essle. “A agenda de Paulo Guedes e Jair Bolsonaro está apontada para melhorias de competitividade, desburocratização e simplificação dos impostos, mas é preciso caminhar já e a passos largos para voltarmos ao radar dos investidores até 2022.”
Índice de confiança
Estados Unidos, Alemanha, Canadá e Reino Unido encabeçam a edição 2019 do ranking, com a França ultrapassando Japão e China para ocupar o quinto lugar. Fonte: 2019 A.T. Kearney Foreign Direct Investment Confidence Index
Mercados desenvolvidos
O FDI aponta que os mercados desenvolvidos estão novamente entre aqueles com maior índice de confiança para investimentos estrangeiros diretos, apesar de os investidores reconhecerem riscos crescentes. Segundo a análise, essas economias respondem por 22 das 25 primeiras colocadas do ranking. Esta é a maior representatividade já registrada pelos países desenvolvidos.
Apesar dos investidores seguirem otimistas em relação à economia global, com 62% deles afirmando estarem mais otimistas do que estavam no ano passado, especialmente em relação à região da Ásia e Pacífico e Europa e Eurásia, o índice representa uma queda quando comparado aos 66% que se diziam mais otimistas em 2018, em relação a 2017. “Esta também foi a primeira queda no otimismo econômico global desde 2016”, destaca Essle.
Outros destaques
O estudo da A.T. Kearney aponta ainda outros destaques:
- Estados Unidos ocupam a primeira colocação do ranking pelo sétimo ano seguido;
- Alemanha sobre uma posição e retoma a segunda colocação, enquanto o Canadá cai para terceiro lugar;
- China cai para a mais baixa colocação na história do índice, ocupando o sétimo lugar. Ainda assim, é o primeiro país emergente do ranking;
- Os únicos países emergentes no ranking são China (7), Índia (16) e México (25);
- Pela primeira vez na história do índice, as cinco primeiras posições são ocupadas por economias desenvolvidas;
- Os países que mais ganharam posições no ranking em relação a 2018 são todos mercados emergentes médios na Europa: Dinamarca (+6), Espanha (+4), Áustria (+3) e Bélgica (+3);
- Brasil e Portugal são os dois países que deixaram o ranking de 2018 para 2019.