Quando pensamos em storytelling, outra lição de casa importantíssima a ser feita é diferenciar tal tecnologia do chamado product placement (ou posicionamento de produto, em Português) e também do branded content (ou conteúdo de marca).

Para criarmos um storytelling a respeito de determinada marca, organização ou produto não basta apenas criar personagens. É preciso haver todos os elementos básicos de uma narrativa: INTRODUÇÃO – DESENVOLVIMENTO – CLÍMAX – CONSLUSÃO

Do contrário, o storytelling torna-se uma inserção do produto (merchandising) na narrativa, ou mesmo, conteúdo de marca associado a esta.

Frisando: o personagem é, sim, o elemento mais importante da narrativa. É o ponto de entrada em todo universo novo, uma vez que o público receptor verá tudo por intermédio de suas lentes. Porém, a sua existência por si só não constitui storytelling.

Lembremos o exemplo clássico do filme “Do que as mulheres gostam”. Boa parte do grande sucesso dele, é bem verdade, deve-se às estratégias de publicidade sobre a qual foi construído. Vejamos…

Mel Gibson vive o papel de um publicitário canastrão que está enfrentando um período de dificuldades. A agência onde ele trabalha resolve ouvir os gênios do marketing e as opiniões dos institutos de pesquisas. Todas dizem que a mulher é a maior consumidora de produtos que existe. Assim as propagandas com gostosas de biquinis estão com os dias contados. O negócio é investir todos os esforços para conquistar a alma feminina.

Ao levar um choque, ele começa a ouvir os pensamentos das mulheres e com isso ele percebe que não entende tanto assim do universo delas. O filme é uma lição de branded content dada pela Nike, ao investir em uma produção cuja campanha principal é a da própria marca. Aliás, se tirarmos a fabricante do filme, o roteiro vai para o espaço. A obra cinematográfica foi pensada para funcionar dessa forma!

O slogan da marca no filme é “Nike, no game, just sports”, traduzindo ao pé da letra “Nike, não é jogo, é esporte”. A frase sintetiza o objetivo da fabricante: mostrar que o seu produto não é somente para competições esportivas, mas é para quem pratica atividades físicas de forma geral.

Quanto pensamos em product placement, o raciocínio é ainda mais simples: a pura inserção de um determinado produto na narrativa, como mera ação de merchandising, a exemplo do que observamos da ação também praticada pela Nike em “De Volta para o Futuro 2” (1989), posicionando a marca como algo “descolado”, moderno, altamente tecnológico. Basta retirarmos a Nike de cena e colocarmos a Adidas e o resultado seria o mesmo, sem grandes mudanças.

Enfim, teorias sobre ambas as estratégias ligadas à sétima arte não nos faltam e poderíamos ficar dias aqui comentando sobre elas. Quando for pensar na construção de uma narrativa é bom contatar uma agência especializada em conteúdo, no desenvolvimento de histórias e personagens com grande relevância junto aos públicos-alvo, de modo com que estes sejam tangenciados em todos os pontos de contato possíveis e sob a mesma perspectiva. Essa é a premissa de um storytelling de qualidade. Pense nisso e converse com a gente!