A mudança de paradigma causada pelo acesso à informação e a comodidade proporcionadas por smartphones não são novidade. Hoje, é parte da rotina de bilhões em todo o mundo. Muito além de um meio para a comunicação, esses computadores de bolso são quase uma extensão de seus usuários, carregando informações pessoais importantes e sendo aplicados nas mais diversas atividades do dia a dia.

No País, segundo a IDC Brasil, os smartphones já somam 168 milhões de unidades, representando 77% do mercado nacional de aparelhos celulares, com 70 milhões de pessoas acessando a internet diariamente pelo dispositivo (Nielsen), volume que representa 76% dos usuários de internet do Brasil (IBGE), sendo, hoje, o principal meio de acesso à rede.

Os números impressionam e revelam uma certeza: não lidamos mais com uma tendência, mas um movimento sem volta. Mas quais os impactos dessa realidade para as empresas no relacionamento com seus colaboradores e, até mesmo, em sua produtividade?

Afinal, para muitas organizações, smartphones são ferramenta de trabalho indispensável e, além disso, uma presença constante na rotina de seus colaboradores dos mais diversos níveis.

Neste texto da série especial “9 tendências que todo RH precisa saber”, vamos explorar as vantagens dos aplicativos para o RH, com reflexões sobre mudanças recentes no comportamento da sociedade e que impactam diretamente no relacionamento com os colaboradores, algumas delas tratadas com mais detalhes em nosso artigo sobre a Geração Y.

 

Mobilidade não é coisa desse “pessoal de internet”

Do total de usuários de smartphones no Brasil, 27% têm entre 25 e 34 anos e 25%, de 35 a 49 anos (Nielsen), grupo que representa 58% da população brasileira (INSA) e 64% da população economicamente ativa (IPEA). São dados que revelam uma percepção comum do cotidiano: todo mundo tem um smartphone e esses aparelhos já são parte da rotina da sua empresa. É claro que generalizações não são o melhor caminho para a tomada de decisões importantes, como o desenvolvimento de um aplicativo exclusivo, por exemplo, mas é inegável que, hoje, já vivemos no futuro “profetizado” por Steve Jobs no lançamento do iPhone.

A reflexão neste sentido não deve ser pautada por como, ou se, a tecnologia móvel pode interferir no desenvolvimento das atividades diárias da sua equipe, mas, sim, por como a sua empresa pode se adaptar a essa nova realidade e adotar a plataforma como um importante recurso em campanhas de integração, cultura, formação e muitas outras aplicações para a gestão do negócio como um todo.

Quais recursos da mobilidade seriam úteis no relacionamento com o público interno? Quais processos poderiam ser otimizados? Quais dados, captados por um aplicativo, poderiam tornar a gestão dos recursos e campanhas de RH mais eficiente?

 

Integração e legislação

Dentre as muitas possibilidades apresentadas pela tecnologia, a integração dos canais de informação e diálogo em uma única plataforma está entre as mais interessantes. O menor investimento em sua manutenção e a agilidade de atualização são alguns dos benefícios, que incluem, ainda, a proximidade com a equipe.

Neste ponto, encontramos a barreira da legislação. No Brasil, e em boa parte dos países que possuem leis e fiscalização trabalhistas bem definidas, ações como atender ligações após o horário de trabalho ou utilizar o celular privado para atividades relacionadas ao trabalho, certamente criariam problemas sérios para a empresa, a menos, é claro, que o aparelho em questão seja corporativo e tais atividades, parte do job description do profissional, o que não se mostra como padrão no mercado.

Esses riscos estão entre as preocupações prementes para os gestores de RH, e por bons motivos. Afinal, como adequar-se à nova realidade diante dessas restrições? Considerar que a empresa deveria fornecer aparelhos a todos os seus colaboradores, obviamente, tornaria proibitivo o investimento em qualquer projeto.

Mas não é preciso adotar uma atitude radical. Antes de descartar um projeto de aplicativo para a sua empresa, é necessário refletir sobre a diferença entre informações administrativas (inerentes às atividades do dia a dia) e conteúdo aproximativo e de formação de cultura. No primeiro caso, canais internos oficiais devem ser mantidos, como um mural ou a intranet, por exemplo, enquanto no segundo, pode-se utilizar um aplicativo ou outras ações, desde que essas não sejam de adesão obrigatória, tampouco tenham a pretensão de substituir canais administrativos, mas, sim, complementá-los.

Assim, apps e outros recursos que aproveitem as facilidades da tecnologia da informação podem e devem ser considerados ferramentas estratégicas para o RH por seu apelo de familiaridade e presença nos hábitos dos colaboradores, sendo uma alternativa lógica para a aproximação e fomento à cultura e clima desejados.

 

Relacionamento, dados e engajamento

Aplicativos são ambientes de interação. Não há justificativa maior para sua implementação do que o potencial de informar e ser informado. Mesmo que isso signifique receber toneladas de mensagens, a capacidade de ouvir seus usuários sem filtros é condição sine qua non para a avaliação de desempenho da plataforma e seu aperfeiçoamento. Além, é claro, dos dados de uso.

Os hábitos, fluxos de navegação, interações, tempo de permanência em uma determinada área/seção, são apenas alguns dos muitos indicadores que podem ser obtidos através do acesso à plataforma de gestão de um app. Diga-se de passagem, dados estratégicos para observação, e identificação, dos interesses e hábitos da audiência, que permitem o planejamento de estratégias voltadas ao atendimento desses, reforço de mensagens chave de forma mais adequada a tais hábitos ou mesmo de iniciativas com vistas à mitigação desses hábitos.

É importante usar as informações para estimular o engajamento dos colaboradores com causas, temas ou objetivos estratégicos para a empresa, pois elas indicam, quando analisadas e interpretadas em conjunto, o melhor caminho para agir.

Com tantas possibilidades, qual a forma mais adequada de utilizar um aplicativo como ferramenta estratégica de RH? Alguns exemplos já foram abordados pela imprensa, como nesta matéria da revista Você RH, e muitos novos casos surgem todos os dias. Na era do compartilhar, curtir e comentar, aproximar e engajar são as palavras de ordem.

Quer desenvolver estratégias de comunicação que conectem a sua empresa aos seus funcionários ou fomentar o desenvolvimento de um ambiente de ampla informação e engajamento? Vamos conversar, a Trama tem experiência em planejar e desenvolver estratégias integradas de comunicação interna, com múltiplos canais e recursos.