Ratatouille – critica de Alton Ego fala de resistência ao novo

Parte final do filme Ratatouille da Pixar descreve com primor o poder destrutivo das criticas e nos leva a pensar de maneira profunda em algo que aprendemos fazer natural e automaticamente: criticar. Criticar é facil, o dificil é construir algo novo.

    O passado mostra que povos, personalidades e empresas que perderam o bonde da História e não conseguiram se adaptar aos novos tempos sucumbiram ao novo cenário. Apesar de o tema mídia social estar na “boca do povo”, muitas companhias ainda estão resistentes a aderir ou possuem expectativas equivocadas. Umas acreditam ser modismo, outras buscam indicadores de curto prazo, outras argumentam que seu público alvo não está presente na mídia social.
    Mas a verdade é que enquanto algumas marcas gastam tempo avaliando o assunto, ou despendem dinheiro tentando dar tiros para todos os lados outras estão saindo à frente e se relacionando verdadeiramente via mídia social com formadores de opinião que exercem influência sobre clientes e fornecedores. E se surpreendem por encontrar na rede importantes formadores de opinião: investidores, jornalistas, colaboradores, ativistas, consumidores, distribuidores, revendedores dos mais diferentes segmentos.
    A maior parte dos equívocos com Mídia Social acontece porque as empresas estão fazendo mídia social usando paradigmas da mídia tradicional. Paradigmas são conjuntos de regras e regulamentos que empregamos para estabelecer limites, e que nos ensinam sobre como proceder dentro destes limites, para que sejamos bem-sucedidos.
    Temos enfrentado diversas mudanças de paradigmas numa velocidade assustadora. Até meados do século XX, o ciclo de vida das tecnologias era maior que o ciclo de vida humana. As pessoas nasciam e morriam e poucos paradigmas haviam realmente mudado. Hoje, o ciclo de vida das tecnologias é muito menor do que o ciclo de vida do ser humano.
    Em apenas poucos anos vivenciamos profundas transformações sociais, comportamentais e mercadológicas impulsionadas pela tecnologia. Cada vez que um paradigma novo surge, as pessoas passam por cinco estágios: Negação, Raiva, Negociação, Depressão até por fim chegar à Aceitação. As empresas brasileiras estão vivendo, cada uma em um nível diferente estágio, quando falamos em mídia social.

    A Mídia social é uma plataforma na qual o usuário possa compartilhar informação, consumir e produzir conteúdo. A empresa que entrar nesse ambiente precisa estar disposta a lidar com a crítica e a dialogar com aliados e oponentes. Precisa saber conhecer e usar o dialógo, técnicas de argumentação e persuasão, não de dominação.
    Dizem que a comunicação na mídia social é uma via de mão dupla. Não chega mais de forma unilateral e de cima para baixo como no passado. E aqui temos um grande problema porque se a estrutura organizacional e a cultura das empresas ainda estão formatas em uma comunicação interna exercida de forma unilateral, do alto escalão para baixo, então sua comunicação na mídia social vai reproduzir esse modelo, ao inves de ser bilateral e transparente. Essas empresas querem informar e não dialogar.
    Mas na essência, a comunicação sempre foi uma via de mão dupla, isso não é uma característica apenas da mídia social. Isso não é verdadeiramente novo, apenas na mídia social isso é mais explicito. Todo RP sabe que comunicação eficiente e eficaz sempre foi aquela de mão-dupla e que comunicar verdadeiramente é construir relacionamentos, estar aberto a entender o outro, a ouvir e dialogar. E não apenas, a divulgar campanhas, emitir informações ou controlar o que se fala sobre uma companhia. Pensar assim é pensar o hoje com cabeça do ontem.